Política

Prefeita e vice têm mandatos cassados por fraude com cartões de vacina usados em transferências elei

13/10/2025 15h45

Fonte ClubeNews

A Justiça Eleitoral cassou os mandatos da prefeita reeleita de Jurema, Kaylanne da Silva Oliveira, e da vice-prefeita Ludmilla Barreto de Negreiros Ribeiro Silva. A decisão aponta fraude e abuso de poder político nas eleições municipais de 2024.

A sentença foi emitida pela 79ª Zona Eleitoral de Caracol. Além da cassação, Kaylanne, o pai dela, o secretário de Saúde Aurizorlan Dias de Oliveira, e a técnica de enfermagem Nelcides Xavier de Oliveira foram declarados inelegíveis por oito anos. A defesa dos envolvidos não foi encontrada.

O processo foi aberto pelo Partido dos Trabalhadores (PT) de Jurema. Segundo a denúncia, o grupo teria articulado a transferência ilegal de eleitores de cidades vizinhas, como Anísio de Abreu, para beneficiar a chapa da prefeita.

A Justiça apontou que o esquema incluía a emissão de cartões de vacinação falsos pela Secretaria Municipal de Saúde. Os documentos registravam imunizações que não aconteceram e eram usados como prova de vínculo com Jurema para justificar a mudança de domicílio eleitoral.

Mais de 130 eleitores teriam transferido o título com base nos cartões falsos, segundo a investigação. Parte dessas mudanças foi rejeitada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), mas só após os votos já terem sido registrados. A chapa vencedora superou a segunda colocada por apenas 57 votos.

O juiz eleitoral entendeu que houve abuso de poder político e fraude à legislação. A estrutura da Secretaria de Saúde teria sido usada indevidamente para fins eleitorais. Testemunhas disseram que servidores preenchiam os cartões a pedido de vereadores aliados, inclusive em domingos, quando o posto de saúde estava fechado.

A Justiça também encaminhou o caso ao Ministério Público Eleitoral para investigar possíveis crimes. Como a decisão é de primeira instância, os envolvidos ainda podem recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI).

Os três também foram multados por desvio da função pública. Os valores foram: