Para técnicos, Queiroga segue linha de intimidação de Bolsonaro à Anvisa ao adiar vacina à crianças

20/12/2021 10h57


Fonte G1

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Na semana passada, o presidente Bolsonaro cobrou a divulgação do nome dos responsáveis pela autorização e disse que os pais devem avaliar se darão ou não o imunizante.  Intimidados(Imagem:Reprodução)
A posição do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de adiar a decisão sobre vacinação para crianças segue a mesma linha de Jair Bolsonaro (PP) de reforçar a intimidação a servidores da Anvisa. A avaliação, feita ao blog, é de técnicos e servidores da agência que, ameaçados pelo presidente da República, pediram proteção policial a autoridades no domingo (19) e acreditam em uma estratégia deliberada do governo para descredibilizar o trabalho da agência.

Na semana passada, a Anvisa autorizou o uso do imunizante da Pfizer nas crianças de 5 a 11 anos mas Bolsonaro joga contra – e disse no final de semana que cogita pedir receita médica para vacinar crianças.

Para técnicos da agência, a implementação desse tipo de método, pelo SUS, seria “totalmente inviável”.

Nesta segunda-feira (20), Queiroga voltou a falar do assunto: disse que o ministério ainda vai tomar uma decisão, confirmando que o governo vai empurrar a definição – mesmo com a posição da Câmara técnica do Ministério da Saúde afiançando a necessidade da vacina.

O ministro da Saúde, que é médico, trabalha na linha do que foi orientado por Bolsonaro. Queiroga disse que haverá uma audiência pública, no dia 4 de janeiro no Ministério da Saúde, que servirá de base para a decisão final da pasta.

Na semana passada, o presidente Bolsonaro cobrou a divulgação do nome dos responsáveis pela autorização e disse que os pais devem avaliar se darão ou não o imunizante.

Intimidados, servidores repudiaram o que chamaram de “método abertamente fascista”.

Especialistas consideram a posição do governo é "insustentável" e aguardam uma saída judicial para a liberação da vacina.