Ex-ministros de Bolsonaro devem ocupar cargos no TSE durante as eleições

15/12/2021 11h04


Fonte G1

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Após criticar o sistema eleitoral e se tornar alvo de investigação no Supremo, o próprio presidente chegou a dizer que, com a participação das Forças Armadas, não haveria dúvida so(Imagem:Reprodução)
O general da reserva Fernando Azevedo e Silva, ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro, aceitou o convite para ser o novo diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O blog apurou que o convite, divulgado pela revista Veja, foi articulado pelo ministro Alexandre de Moraes, com o apoio do atual presidente da corte, Luís Roberto Barroso, e de Edson Fachin, que assume a presidência no ano que vem - durante a eleição, o presidente do tribunal será Moraes.

Azevedo tem boa relação com os ministros do Supremo. Foi, inclusive, assessor do ministro Dias Toffoli antes de assumir o ministério de Bolsonaro - o ex-presidente do STF foi um dos avalistas da ida dele para a Defesa. O general também atuou como bombeiro durante os momentos de maior tensão entre Executivo e STF, chegando a se reunir com Moraes na casa dele para discutir uma saída para a crise.

Azevedo e Moraes trabalharam juntos durante as Olimpíadas - o militar era comandante do Leste, e Moraes, ministro da Justiça.

O ministro também chamou José Levi, ex-advogado-geral da União no governo Bolsonaro, para ser o seu secretário-geral no TSE. Levi foi secretário-executivo de Moraes quando ele era ministro da Justiça. Assim, os dois principais nomes do tribunal durante a eleição estão escolhidos - e fizeram parte da gestão do atual presidente.

Ao colocar um militar na direção-geral, o TSE pretende diminuir as críticas ao sistema eleitoral brasileiro, comuns entre os apoiadores de Bolsonaro. Azevedo é respeitado por militares e tem ótima relação com os oficiais. Ele deixou o governo no começo do ano, após pressão do presidente Bolsonaro para trocar os comandantes das Forças - Bolsonaro queria um alinhamento político maior do grupo, e Azevedo resistia a tal interferência.

Após criticar o sistema eleitoral e se tornar alvo de investigação no Supremo, o próprio presidente chegou a dizer que, com a participação das Forças Armadas, não haveria dúvida sobre a lisura do processo via urnas eletrônicas - embora os militares sempre tenham participado do processo.

Essa é mais uma medida que o TSE tem tomado para conter as teorias da conspiração envolvendo a eleição. Na terça-feira (14), Barroso anunciou que o horário de votação será uniformizado em todo o país - evitando, assim, teses conspiratórias que surgiram em pleitos anteriores.

Azevedo deve assumir em fevereiro do ano que vem, quando Fachin se tornará o presidente do TSE. Ficará no cargo no mandato seguinte, de Moraes, já na eleição. Levi deve assumir o cargo de secretário-geral em agosto.


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