Elmano avalia 1º ano de mandato e diz que Congresso deve ao país

01/01/2016 15h33


Fonte Cidade Verde

Imagem: DivulgaçãoSenador Elmano Férrer (PTB)(Imagem:Divulgação)Senador Elmano Férrer (PTB)

O senador Elmano Férrer (PTB) concluiu seu primeiro ano de mandato em Brasília. Na avaliação do parlamentar, o Congresso Nacional deve muito ao país no que diz respeito às reformas. O petebista também avalia o ano de crise vivido pelo país e, consequentemente, o Piauí e elogia o governador Wellington Dias na condução do Estado pela terceira vez. Quanto ao seu partido, anuncia que vai ficar e defende uma candidatura própria a prefeito de Teresina. "Defendo que a candidatura própria contribuirá para o fortalecimento do partido", disse em entrevista ao Cidadeverde.com.

Cidadeverde.com: Senador, como o senhor avalia esse primeiro ano no Congresso?


Elmano Férrer -
Estamos encerrando o primeiro ano e, de forma geral, considero que poderíamos ter produzido mais, se consideramos que o Congresso está devendo ao país grandes reformas, como a Reforma Política e Reforma Tributária, além de um aprofundamento do discurso de um novo Pacto Federativo. Precisamos buscar uma nova definição de reforma do Estado, potencializando a infraestrutura e programas sociais que promovam o desenvolvimento.

De maneira particular, considero que nesse primeiro mandato tivemos a oportunidade de conhecer a estrutura do Senado, aproveitamos para articular ações e projetos para o estado. Pudemos levar as principais demandas do Piauí aos Ministérios, e em alguns casos tivemos retorno positivo, como por exemplo, a reposta do Ministério dos Transportes, que por meio do DNIT, informou que serão realizados estudos para construção da quarta ponte entre os estados Piauí e Maranhão, ligando Teresina a Timon.

Destaco também que tivemos oportunidade de participar das Comissões do Senado, como membro titular: Comissão de Assuntos Sociais (CAS), Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), e Comissão Temporária para Acompanhamento das Obras de Transposição e Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CTBHSF), além de outras comissões como suplente. Esse é um trabalho técnico, onde pudemos analisar os projetos, aperfeiçoá-los e debater temas atuais e de interesse da sociedade e dos estados e municípios, em audiências públicas.

Neste ano, tivemos na coordenação da Bancada do Piauí, discutindo com os demais 12 parlamentares, de forma apartidária, os interesses do estado. E pudemos levantar algumas bandeiras como a situação da convivência com a seca na região do semiárido, políticas públicas voltadas para idoso, e promoção do desenvolvimento regional, como a realização de seminários técnicos em polos do estado.

Cidadeverde.com: Enfrentamos uma crise econômica severa e de quebra uma crise política. Na sua avaliação quais as principais causas? O senhor concorda que uma puxa a outra?


Elmano Férrer - Vivemos um novo quadro político-econômico mundial. O que percebemos é que os países, em especial da Europa, já fizeram os ajustes a nova ordem, enquanto o Brasil ainda não fez as necessárias reformas a essa nova ordem.

A verdade é que temos que reinventar o Estado brasileiro. Precisamos nos voltar para as questões de infraestrutura e sociais. Há necessidade de reduzir os desequilíbrios fiscais que ainda persistem. Eu concordo quando se diz que a crise política associada à crise ética e moral gera problemas de ordem econômica e social.

Cidadeverde.com: Para esquentar mais ainda o Congresso, o ano termina com a prisão de um senador. O senhor votou pela permanência da prisão. Qual o motivo?


Elmano Férrer - Embora haja uma harmonia e uma interdependência entre os poderes, ficou patente que houve decisão da Suprema Corte Brasileira. Os fatos envolvem um parlamentar conceituado, mas as evidências materializaram a decisão.

Cidadeverde.com: O que esperar daqui pra frente?


Elmano Férrer - Nós temos que acreditar na nossa Constituição e no Estado democrático de direito e buscar o entendimento por meio de diálogo. Enfrentaremos a crise com superação das dificuldades se nos agarrarmos nos princípios democráticos.

Cidadeverde.com: O senhor está satisfeito com seu partido?

Elmano Férrer - Na minha opinião, a situação partidária do Brasil é inaceitável. Temos que nos aprofundar numa reforma partidária. Na nossa democracia e no Regime Presidencialista, o governo precisa lidar com33 partidos.

A minha insatisfação deve-se a problemas de interesses que precisam ser resolvidos internamente. Optei por continuar dentro do partido, tenho uma identificação comas questões que historicamente o PTB defende, na área trabalhista. Levanto a bandeira pela unidade do trabalhismo para que voltemos ao PTB e PDT antes de 64, um partido forte e com compromisso pela luta do trabalhismo.

Cidadeverde.com: Que estratégias o PTB pretende tomar para seguir vivo em 2016?

Elmano Férrer - Em âmbito nacional precisamos superar as desavenças com vistas a unidade e fortalecimento em âmbitos regionais. No Piauí, defendi a tese do retorno do senador João Vicente Claudino para a presidência do partido, pelo trabalho que ele já desempenhou e pela mobilização realizada em todo o estado, não só de unificar o partido como de superar os desentendimentos.

Cidadeverde.com: O senador é a favor de o partido lançar um nome para concorrer à prefeitura de Teresina? Arriscaria um?


Elmano Férrer - O PTB tem grandes nomes que podem entrar na disputa. Defendo que a candidatura própria contribuirá para o fortalecimento do partido. Essa tese é a mesma para todos os municípios onde o partido tem diretório.

Cidadeverde.com: Na sua avaliação, como o governo do Piauí se comportou neste primeiro ano?

Elmano Férrer -
O ano foi de dificuldades, todos nós reconhecemos a necessidade de grandes ajustes. A desaceleração das atividades econômicas do país dificultou a gestão do governo estadual. Mas, apesar disso, o governo conseguiu manter os serviços públicos essenciais e retomar obras paralisadas. O governador Wellington Dias está em seu terceiro mandato, tem experiência e está se mobilizando com maestria, dialogando com os partidos e as categorias profissionais.

Cidadeverde.com: O Piauí está sobrevivendo bem à crise?

Elmano Férrer - Sim. Mas tenho uma grande preocupação com os estados, em decorrência de uma crise do Estado Brasileiro, e é dessa crise que decorre a crise econômica, política e social, que a população está vendo e vivenciando. O Estado Brasileiro é autofágico e não responde aos anseios da coletividade, especialmente das pessoas mais simples, que necessitam de serviços públicos eficientes.

A crise federativa já começou no Rio Grande do Sul, um estado rico, potente e de uma economia sólida, o que acontece por lá, pode ser um efeito cascata e atingir os demais estados. A questão da Previdência é séria e causa um déficit das contas.

Sabemos que a Federação com os municípios e os Estados Federados estão agonizando. Não há mais recursos da União, daí o aprofundamento da crise do Estado brasileiro. Há necessidade de a Federação realizar uma verdadeira transformação do Pacto Federativo, que vem sendo discutido em Comissão Especial, no Senado. Dessa forma, é possível potencializar as ações dos estados e municípios.

Agora precisamos acreditar que são dos momentos de crise que aparecem as grandes oportunidades e inovações. Além disso, o Brasil é um país de muitas potencialidades e riquezas naturais e deve saber se aproveitar disso para sair dessa situação.

Cidadeverde.com: Diante de tantos escândalos em 2015, o senhor acha que o eleitor vai repensar algumas coisas na hora de escolher prefeitos e vereadores em 2016?

Elmano Férrer -
Sim. Analisando a corrupção e a própria estrutura que o país vive hoje, como a crise econômica, precisamos considerar também o fortalecimento das instituições, que nunca funcionaram tão bem como agora. São 30 anos de democracia.

Hoje ainda temos uma ampliação da disseminação de informações, por meio, por exemplo, das redes sociais. Isso tudo estimula a consciência coletiva política de forma positiva. Não é uma questão partidarização, é de politização.

Tópicos: estado, elmano, crise