CPI ouve sócio da Belcher, empresa que queria intermediar venda da vacina Convidecia

24/08/2021 06h43


Fonte G1


Imagem: ReproduçãoClique para ampliarCPI ouve sócio da Belcher, empresa que queria intermediar venda da vacina Convidecia(Imagem:Reprodução)

 A CPI da Covid ouve nesta terça-feira (24) o empresário Emanuel Catori, diretor-presidente da Belcher Farmacêutica. A empresa se apresentava como representante do laboratório chinês CanSino, fabricante da vacina Convidecia, durante as negociações com o governo brasileiro.

Nesta segunda (23), a exemplo de outros depoentes que compareceram à CPI, Catori obteve no Supremo Tribunal Federal o direito de não responder a perguntas que possam incriminá-lo.

A convocação do empresário foi mais um desdobramento da frente de investigação sobre a atuação de empresas intermediárias nas tratativas com o Ministério da Saúde, uma das principais linhas de apuração da CPI.

Senadores veem semelhança na atuação da Belcher com a da Precisa Medicamentos, que representou um laboratório indiano na venda da vacina Covaxin e está sob investigação da Polícia Federal e do Ministério Público sob suspeita de irregularidades.

A CPI também busca apurar se há relação entre a Belcher com empresários bolsonaristas e com o líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). A empresa tem sede em Maringá, reduto político do parlamentar.

Em depoimento à CPI, Barros saiu em defesa do imunizante e admitiu conhecer um dos sócios, cujo pai atuou na gestão de Barros quando ele era prefeito de Maringá (leia mais abaixo).


Em junho, o secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Arnaldo Correia de Medeiros, assinou uma carta de intenção de compra de 60 milhões de doses imunizante chinês. A Belcher atuaria como a intermediária da venda. Cabia a Emanuel Catori participar das negociações com o governo brasileiro.

A CPI já aprovou a quebra de sigilo fiscal, bancária, telefônica e telemática de Catori.

Conforme previsto na carta de intenção, a dose da Convidecia custaria US$ 17 – a dosagem do imunizante prevê uma única aplicação, o mesmo que acontece com a vacina da Janssen. O cronograma determinava entregas da vacina para o terceiro e o quarto semestre deste ano.


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Tópicos: governo, vacina, catori