"Ele era um perseguidor", diz filho de advogada sobre ex suspeito de tentar matá-la no Piauí

18/10/2021 13h54


Fonte G1 PI

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarTentativa de feminicídio: Advogada fica gravemente ferida após ser esfaqueada no Norte do Piauí(Imagem:Divulgação)Tentativa de feminicídio: Advogada fica gravemente ferida após ser esfaqueada no Norte do Piauí

O advogado Gilberto Escórcio, filho da advogada Antônia Marlúcia Brito Escórcio, vítima de tentativa de feminicídio na última segunda-feira (11), em Piracuruca, contou que a mãe era perseguida há cerca de um mês pelo ex-companheiro, principal suspeito de cometer o crime.

Em entrevista à TV Clube, o advogado contou que Antônia Marlúcia e o suspeito, que não teve a identidade revelada, relacionaram-se por cinco anos. Segundo ele, o namoro acabou há aproximadamente um mês, por decisão da vítima. Por não aceitar o término, segundo ele, o ex-companheiro esfaqueou a advogada.

“Ele se transformou em uma pessoa totalmente o contrário do que sempre demonstrou para a sociedade e para a família, era um perseguidor. Começou a fazer ligações praticamente intermitentes para a minha mãe. Incomodava durante a madrugada e, quando ela não atendia, passou a ligar e mandar mensagens para pessoas próximas para tentar de toda forma falar com minha mãe", disse.

Segundo o filho da advogada, o suspeito do crime dependia financeiramente da vítima e isso pode ter motivado o crime, além do término do casal.

"Ele tentou de todas as formas. Um ciúmes doentio. Ele não aceitava que uma mulher terminasse o relacionamento, não aceitava ser deixado. Acredito que isso reduzia a masculinidade dele. Também minha mãe sustentava ele, dava dinheiro, então ele não teria mais essa fonte de renda. Acredito que (ele pensou) já que não me dá dinheiro, vou acabar com tua vida", relatou.

De acordo com a delegada da Polícia Civil, Eugênia Villa, o caso é investigado como tentativa de feminicídio.

"É uma lesão corporal que deixa de ser lesão e passa a ser um crime doloso contra a vida. Como a gente pode ver isso tecnicamente? Essa pessoa que tentou assassinar essa mulher pela condição do sexo feminino, não vai mais para a Lei Maria da Penha, vai para o Tribunal do Júri", informou.
Conforme a Polícia Civil, somente nas duas primeiras semanas do mês de outubro, foram registradas pelo menos quatro tentativas de feminicídio no estado. Para o advogado Gilberto Escórcio, o número é alarmante.

“Muitas vezes as mulheres, acredito que confundem o amor com a sociopatia, que é esse controle, esse poder, e acabam aceitando certos limites ou não percebendo mesmo. Acabam nessa espiral que termina em violência, morte e famílias destruídas", completou Gilberto.

No estado, as denúncias de violência contra a mulher também registraram crescimento. Entre os meses de janeiro e setembro deste ano, o Centro de Referência Esperança Garcia realizou 1.826 atendimentos à mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar em Teresina.

Como denunciar

É possível acionar a Polícia Militar, no momento da ocorrência, pelo número 190. Além disso, qualquer denúncia de violência pode ser relatada pelo 180. Online, a vítima pode acionar a polícia pelo app Salve Maria.

Relembre o caso

A advogada Antônia Marlúcia Brito Escórcio foi esfaqueada dentro de casa na tarde do dia 11 de outubro. Segundo a Polícia Civil, o ex-companheiro da vítima, principal suspeito do crime, não aceitava o fim do relacionamento.

No dia do crime, ele teria ido à residência da vítima para conversar sobre o término e atingiu Antônia Marlúcia com um golpe de faca no peito.

Após o crime, o suspeito foi visto por testemunhas saindo da casa da advogada na manhã de terça-feira (12). Ele foi encontrado horas depois escondido em um matagal, próximo à Lagoa de Piracuruca, com a faca utilizada no crime.

A advogada permanece internada no Hospital São Marcos, em Teresina. O estado de saúde dela é estável.

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