Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão no interior do Piauí

25/08/2022 08h35


Fonte G1 PI

Imagem: ASCOM/ MPPIRepresentantes do Ministério Público do Trabalho resgatam trabalhadores em condição análoga à escravidão no Piauí.(Imagem:ASCOM/ MPPI)Representantes do Ministério Público do Trabalho resgatam trabalhadores em condição análoga à escravidão no Piauí.

Trinta e nove trabalhadores piauienses foram resgatados em situação análoga a de escravidão nas atividades de colheita da palha de carnaúba e também em pedreiras. Segundo o Ministério Público do Trabalho do Piauí, os resgates foram feitos nos municípios de Campo Maior, Buriti dos Lopes, Castelo do Piauí, Batalha, Anísio de Abreu, Flores do Piauí.

O resgate foi feito pelo Grupo Móvel, que reúne representantes do Ministério Público do Trabalho, auditores fiscais do Trabalho, Polícia Federal, Defensoria Pública da União, Ministério Público Federal e ainda Polícia Rodoviária Federal.

Durante as inspeções, a equipe encontrou os trabalhadores em condições degradantes de trabalho. Eles dormiam no local sem proteção contra intempéries, sob lonas ou árvores, sem instalações sanitárias, sem água potável e sem local adequado para estocagem e preparação de alimentos. Além disso, os trabalhadores não tinham carteira de trabalho assinada.

Em dois dos alvos fiscalizados, o Grupo Móvel constatou o uso de pólvora para detonar as pedreiras. A situação expõe a gravidade e o risco aos quais os trabalhadores eram submetidos, podendo ocasionar, inclusive, mortes.

“A pólvora era adquirida pelos trabalhadores e guardada em uma caixa ou sacola no barraco onde dormiam. A pólvora era comprada em supermercado (pólvora preta). Compravam de unidade, uns 4 ou 5 cartuchos. Detonavam a pólvora utilizando uma bateria. Se posicionavam há uma distância de uns 20 metros na hora da detonação”,
constou em relatório.

Os empregadores foram identificados e houve diálogo para que os mesmos pudessem arcar com os pagamentos das verbas rescisórias devidas aos trabalhadores. Somente um deles não efetuou o pagamento.

“Nesse caso, o MPT ingressará com as ações judiciais cabíveis”,
informou a procuradoria.

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