Thor, primeiro cão-bombeiro de resgate e salvamento do Piauí, morre aos dois anos

19/12/2022 12h18

Fonte G1 PI

O cão de resgate Thor, que fazia parte da corporação do Corpo de Bombeiros Militar do Piauí (CBMEPI), morreu no último sábado (17), após sofrer uma parada cardíaca. O animal foi o primeiro do estado a atuar na busca por pessoas desaparecidas.

Thor era um pastor holandês de dois anos e cinco meses, e realizava tratamento contra leishmaniose visceral, doença conhecida como calazar. Ele chegou ao Piauí por meio de doação realizada por um policial do estado do Maranhão. E desde os 40 dias de vida, realizava treinamentos com o CBMEPI.

A informação foi confirmada ao g1 pelo tenente César Coelho.

“Thor era seu nome! Nosso cão-bombeiro, nosso especialista em busca de pessoas”, publicou a corporação ao anunciar a morte do animal em redes sociais. A postagem foi embalada pela música Amigos de Fé, da banda Anjos de Resgate.

Em outra publicação, o soldado Bandeira, tutor de Thor, lamentou a morte precoce do cão.

"Posso dizer que virei bombeiro por acaso e abracei essa missão. Posso dizer que meu primeiro curso de especialização apareceu por acaso e virei cinotécnico. Posso dizer que você apareceu na minha vida por acaso e vivemos nossos melhores dias. Mas como eu sempre procuro falar pra mim mesmo, ‘as coisas são como têm que ser’. Nesses quatro anos de Bombeiros, dois anos e meio foi (sic) ao teu lado", escreveu.

"Foram muitas lutas, guerras e, por maiores que elas fossem, a gente nunca parou, nunca recuou. Sempre confiei em você e batalhei com todas as forças. Obrigado por me ajudar em cada ocorrência e devolver alguém à sua família, obrigado por cada olhar, obrigado por dar alegria à minha casa", acrescentou.

O profissional agradeceu Thor pelo trabalho desempenhado e também falou sobre a saudade que o animal deixa.

"Saiba que eu e sua mãe sempre lembraremos de você. Thor, obrigado por tudo, meu amigo. Nossa parceria era para ter durado muito mais tempo, mas Deus sabe o motivo de tudo..."
"Que seu latido de esperança sempre me acompanhe", concluiu.

Capacidade de 10 homens

O trabalho dos cães, segundo o tenente César, é extremamente importante na parceria com os militares. Sozinho, ele não é capaz de executar o trabalho necessário, mas com o devido treinamento, pode ser a diferença entre encontrar uma pessoa com vida ou não, durante um resgate.

Para a busca de pessoas mortas, o cão precisou ter contato com amostras de corpos em diferentes graus de decomposição. Isso é importante porque o animal consegue farejar até 510 tipos diferentes de cheiros de corpos de pessoas que já faleceram. “Um cão é capaz de cobrir uma área de buscas no tempo em que 10 homens fariam esse trabalho”, contou.

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