Sem merenda, alunos de escola em tempo integral são liberados 4h antes

12/11/2014 08h34


Fonte G1 PI

Duas escolas de tempo integral da cidade Oeiras, a 313 km de Teresina, Sul do Piauí, passaram a liberar os alunos mais cedo a partir desta terça-feira (11). O motivo seria a falta de merenda escolar para os estudantes. No Centro de Ensino Médio de Tempo Integral Desembargador Pedro Sá, cerca de 350 alunos deixaram as salas de aula quatro horas antes do horário normal. Ao invés de entrarem às 7h30 e saírem às 16h30, os estudantes serão liberados 12h30.

Imagem: Emanuel Vital/Folha de OeirasAlunos deixam as salas de aula 4h horas antes do normal.(Imagem:Emanuel Vital/Folha de Oeiras)Alunos deixam as salas de aula 4h horas antes do normal.

Segundo a direção da unidade escolar, a ordem para liberar os alunos mais cedo partiu da Secretaria de Educação e Cultura do Piauí (Seduc). De acordo com Emiliene Alves, diretora da escola, a orientação foi recebida ainda na sexta-feira (6). “A gente recebeu um comunicado da Seduc mandando liberar os alunos mais cedo”, disse a gestora. Segundo ela, a escola não tem mais como manter o regime integral devido o atraso dos repasses destinados às refeições.

Para Emanuel Vital, professor de geografia da escola, a situação é de tristeza. “A situação aqui na escola é de tristeza total, principalmente por parte dos alunos. Essa escola é referência no Piauí, com vários prêmios conquistados. A gente entende que o tratamento com uma escola de referência deveria ser diferente”, lamentou o docente. Ele conta que a direção compra a merenda fiado à espera do repasse enviado pela Seduc e diz que o problema poderia ser ainda maior.

Imagem: Emanuel Vital/Folha de OeirasClique para ampliarEstudantes estão inconformados com a situação.(Imagem:Emanuel Vital/Folha de Oeiras)Estudantes estão inconformados com a situação.

“Ainda bem que isso veio acontecer já no final do ano, porque se fosse antes seria mais desastroso”, disse. Segundo o professor, a situação se torna mais preocupante porque boa parte dos alunos da escola é de outras cidades e passam o dia no colégio. “Sem as refeições a escola não tem como manter suas atividades em tempo integral”,
disse Vital. A escola Desembargador Pedro Sá passou a adotar a modalidade de Ensino Integral em 2009.

Outro colégio da cidade que também enfrenta o mesmo problema é o Centro de Tempo Integral Rocha Neto. Segundo Reginaldo Brandão, professor de história do local, os estudantes estão muito chateados com a situação. Com a ordem para liberar os alunos mais cedo, a duração das aulas foi reduzida. “Os alunos estão inconformados, pois o aprendizado fica menor. Eles estão, inclusive, pensando em organizar uma manifestação contra essa situação”, informou o professor.

Segundo ele, que já foi diretor de escola no município, os colégios públicos estão endividados no comércio local. “A escola compra fiado e chega um momento que os credores não querem mais vender. Aí a solução que a Seduc achou foi mandar liberar os alunos mais cedo”, falou. Assim como na escola Desembargador Pedro Sá, o professor conta que a maior parte dos estudantes do Colégio Rocha Neto vem de cidades vizinhas, o que agrava o problema.

A reportagem do G1 entrou em contato com a Secretaria de Educação e Cultura do Piauí para comentar a situação e saber se a medida se estende a todas as escolas de tempo integral do estado. A informação repassada é que somente o superintendente de ensino, Edjofre Coelho, poderia falar sobre assunto, mas ele não se encontrava no órgão e o celular estava indisponível.

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