Sem banco, moradores de cidade do Piauí viajam até 100 km sacar dinheiro

07/02/2017 10h14


Fonte G1 PI

O fechamento da única agência do Banco do Brasil em Castelo do Piauí, Norte do Piauí, trouxe muitos prejuízos para a população. Para quem mora na cidade, a situação é complicada porque afeta o comércio local e os pagamentos dos servidores públicos e aposentados da região.

A agência bancária em Castelo do Piauí foi alvo de duas explosões em seis meses no ano passado. O banco é responsável pelo pagamento da folha dos servidores públicos e de quase 10 mil aposentados de quatro cidades da região, mas desde as ações criminosas encontra-se fechada.

Sem banco, as únicas alternativas para os clientes são a casa lotérica e a agência dos Correios da cidade, que durante a madrugada começam a receber os aposentados. No entanto, chegar cedo não é garantia de atendimento no mesmo dia e muitas pessoas depois que recebem a senha, chegam a passar até quatro dias para sacar o benefício.

Quando a agência dos Correios pequena abre, uma parte consegue entrar, enquanto a maioria das pessoas fica do lado de fora. Maria Itelvina Viana, de 72 anos, recebeu a senha a três dias e ainda tem 143 pessoas na frente dela. "A situação está péssima. Passa de quatro dias para receber o benefício", declarou.

Em alguns casos para não enfrentar o transtorno, alguns clientes preferem viajar cerca de 100 km para cidades vizinhas só para conseguir receber o benefício, como o aposentado Francisco Marques. "Eu acho isso uma falta de respeito, a pessoa dormir na fila para conseguir atendimento. Para renovar a senha, você vai para frente do banco, porque a estrutura encontra-se toda comprometida", comentou o aposentado.

O reflexo do banco fechado é sentido também no comércio local. O comerciante Manoel Soares destacou que as vendas diminuíram, porque os clientes estão indo para cidades vizinhas e até mesmo do Ceará para sacar dinheiro. "Castelo está vazia", frisou.

Prejuízos no comércio e na arrecadação de impostos, já que a economia da cidade é movimentada pelos pagamentos dos servidores públicos e aposentados. "São dados que o comércio passa pra gente, que as vendas do município caíram de forma exorbitante. É impossível a cidade e o comércio funcionarem sem a agência bancária, porque se as pessoas se deslocam para outra localidade para sacar o dinheiro, elas acabam gastando por lá", comentou o prefeito de Castelo, José Magno Soares da Silva.

Só este ano foram seis ataques a instituições financeiras. Segundo o Sindicato dos Bancários, em 2016 foram mais de 30 ações criminosas no estado.

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Tópicos: agência, correios, banco