Receita Federal investiga fraude nas contribuições previdenciárias do Piauí, Ceará e Maranhão

06/07/2019 08h35


Fonte G1 PI

Imagem: Reprodução/TV ClubePrédio da Receita Federal no Piauí.(Imagem:Reprodução/TV Clube)Prédio da Receita Federal no Piauí.

A Receita Federal deflagrou, nesta sexta-feira (5), a Operação Fake News nos estados do Piauí, Ceará e Maranhão. Ao todo, 27 municípios são investigados por fraudes envolvendo compensações declaradas em Guia de Recolhimento do FGTS e Informações a Previdência Social (GFIP).

No Piauí, 23 cidades são alvos da operação, que investiga 19 órgãos entre prefeituras, secretarias de educação e saúde. Já no Maranhão e no Ceará, os procedimentos de auditoria ocorrem em dois municípios de cada estado.

"Nesse momento estamos focando mais no Piauí, por ter sido o estado com o maior número de municípios realizando este tipo de procedimento",
explicou o delegado da Receita Federal, Eurimar Ferreira.

De acordo com o delegado, o município deve declarar a Receita Federal mensalmente o valor das contribuições previdenciárias devidas e recolher esses valores. No entanto, as prefeituras estão informando os valores da contribuição e apresentando "supostos" créditos na mesma declaração para quitação dos débitos, dessa forma, deixando de recolher os tributos à Previdência.

"Esse procedimento de compensar crédito para quitar os seus débitos é legítimo, a questão é a existência efetiva dos créditos. Em diligência prévia constatamos que não foi comprovada a existência desses créditos pelos municípios investigados",
explicou Eurimar Ferreira.
Imagem: Reprodução/TV ClubeDelegado da Receita Federal explicou como funcionava a fraude.(Imagem:Reprodução/TV Clube)Delegado da Receita Federal explicou como funcionava a fraude.

Segundo ele, existem municípios que chegaram a compensar mensalmente um débito R$ 1 milhão e o valor varia de acordo com o porte da prefeitura. O total de débitos compensados com os supostos créditos chega aproximadamente R$ 80 milhões, referente aos anos de 2017 e 2018.

"A existência desses créditos está sendo analisada. É possível que o valor debitado seja superior, porque os municípios continuam compensando, provavelmente vamos incluir os meses de 2019 que tiveram compensações",
disse o delegado.

A operação terá continuidade e deve se estender a outros municípios. Os procedimentos de auditoria estão sendo realizados por auditores fiscais de Teresina, Esperantina, Imperatriz e Fortaleza.

Durante as etapas da operação, os municípios serão intimados e terão um prazo de 20 dias para apresentar justificativa e documentos comprobatórios do crédito utilizado.

"Não sendo verídica a informação do crédito será lançado de ofício as diferenças de contribuições devidas, com multa qualificada de até 225%. Caso comprovada a fraude na informação de crédito à Receita Federal, representações serão enviadas ao Ministério Público Federal, Polícia Federal e aos Tribunais de Contas para ter um aspecto penal",
explicou Eurimar Ferreira.

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