Realizado aborto de menina de 11 anos vítima de estupro e grávida de gêmeos no Piauí

24/06/2022 10h39


Fonte G1 PI

Imagem: Roberto Araujo/G1A criança está na Maternidade Dona Evangelina Rosa em Teresina, a maior maternidade pública do Piauí.(Imagem:Roberto Araujo/G1)A criança está na Maternidade Dona Evangelina Rosa em Teresina, a maior maternidade pública do Piauí.

A criança de 11 anos, grávida de gêmeos, passou pelo procedimento de aborto na Maternidade Dona Evangelina Rosa, em Teresina. O Ministério Público preferiu não informar se o procedimento aconteceu nesta sexta-feira (24) ou ainda na quinta (23). A criança que estava com 12 semanas de gestação foi vítima de estupro em Tanque do Piauí a 240 km de Teresina. A Polícia Civil prendeu o padrasto da criança, de 35 anos, que é suspeito do crime.

Segundo o promotor de Justiça José William, o procedimento aconteceu após recomendações médicas e psicológicas para interrupção da gravidez. A criança está bem fisicamente e se recupera bem após o procedimento. A menina passará por acompanhamento psicológico.

"A recuperação está sendo tranquila. Do ponto de vista médico, está tudo bem. O complicado nesses casos é do ponto de vista psicológico, mas ela está sendo acompanhada pelo Conselho Tutelar e por psicólogos para passar por esse caso",
explicou.

A vítima deu entrada na Maternidade Dona Evangelina Rosa, em Teresina, no dia 6 de junho e foi aberto um protocolo no Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Sexual (Samvvis), que funciona na própria maternidade, para realizar o procedimento de interrupção de gestação . A autorização saiu nesta quinta-feira (23). O caso é acompanhado pelo Conselho Tutelar de Tanque do Piauí.

Segundo o promotor, o período entre o dia que a menina deu entrada no Samvvis e o momento da realização do aborto é necessário para que se cumpram todas as etapas legais e importantes em situações do tipo.

"É algo muito delicado, não é sempre igual que esses casos acontecem. Veja, em muitos casos, na minha experiência como promotor, nós vemos situações em que as vítimas decidem seguir com a gestação. O aborto não é obrigatório. Então esse tempo não é uma demora, mas sim o cumprimento de fases para que não haja arrependimentos nem revitimização das mulheres", destacou.

Procurado pelo g1, o Samvvis informou que não se pronuncia sobre casos específicos de vítimas de violência sexual e procedimentos que necessitam de aborto.

Menina era estuprada na ausência da mãe e ameaçada

O delegado Felipe Andrade, responsável pela investigação, informou que o suspeito estava com a mãe da criança há um ano. Ele aproveitava a ausência da companheira para abusar da menina.

"Ele ameaçava a vítima para que ela não contasse dos abusos. A mãe ao descobrir a gravidez da filha questionou o companheiro, o mesmo confirmou o estupro e ainda a ameaçou. A própria mãe procurou o Conselho Tutelar, que acionou a polícia sobre o caso",
contou.

Exames feitos na vítima comprovaram a conjunção canal e a Polícia Civil indiciou o padrasto pelo estupro de vulnerável. Diante das provas, a Justiça decretou a prisão preventiva do suspeito, que foi cumprida no dia 4 de junho em Tanque do Piauí. Ele encontra-se preso na Cadeia Pública de Altos.