Policiais civis vão para as ruas e inquéritos paralisam nos DPs no Piauí

04/12/2015 08h58


Fonte G1PI

Após a deflagração da operação ‘Polícia Legal’, que paralisou parte dos batalhões da Polícia Militar do Piauí, policiais civis de todos os distritos de Teresina foram colocados nas ruas para realizarem blitzen de quinta-feira (3). Para Constantino Júnior, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (Sinpolpi), a ação é ilegal e atrapalha o andamento de investigações de inquéritos em curso.

“Quem tem que fazer o policiamento ostensivo é a Polícia Militar, à Civil cabe realizar as investigações, já que existem milhares de ocorrências nos Distrito Policiais. Nós, que já temos uma estrutura deficitária e um número reduzido de agentes, ainda acumulamos função”, disse.

Imagem: Ellyo Teixeira/G1~Blitz organizada no bairro Alto da Ressurreição, Zona Sudeste de Teresina.(Imagem:Ellyo Teixeira/G1)~Blitz organizada no bairro Alto da Ressurreição, Zona Sudeste de Teresina.

O sindicalista revelou ainda que irá encaminhar uma denúncia formal ao Ministério Público para investigar o caso.

“Iremos denunciar essa situação que nossos agentes estão sendo obrigados a passar. Não é nosso papel, pela estrutura que temos, não conseguimos investigar nem 10% das ocorrências, imagina fazer policiamento ostensivo”, afirmou.

Constantino falou ainda que caso essa situação continue, irá convocar todos os agentes para uma assembleia.

“Vamos fazer uma reunião com a diretoria e caso seja necessário a Polícia Civil pode até parar com suas atividades até que tudo seja resolvido os agentes voltem a fazer o seu trabalho”, enfatizou.

Imagem: Catarina Costa/G1Presidente do Sinpolpi destacou a desvalorização dos policiais civis do Piauí.(Imagem:Catarina Costa/G1)Presidente do Sinpolpi destacou a desvalorização dos policiais civis do Piauí.

O artigo 144 da Constituição Federal de 1988 prevê no inciso segundo, parágrafos 4º e 5º as responsablidades das polícias brasileiras. "Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares", diz.

"às polícias militares cabem a policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil".

Em nota, o Sindicato dos Delegados da Polícia Civil (Sidepol) informou que não foi oficialmente informado da realização do policiamento ostensivo e por isso só irá se posicionar quando tomar conhecimento.

As críticas do Sinpolpi se somam às do movimento Polícia Legal e aumentam ainda mais a crise na segurança pública. Parte dos policiais militares estão de braços cruzados nos batalhões da PM em reivindicação pela aprovação da Lei de Organização Básica da PM, que prevê melhorias salariais e promoções.

Procurado pelo G1, o delegado geral Riedel Batista negou quaquer tipo de relação entre as ações realizadas pela Polícia Civil e o movimento de paralisação dos policiais militares. Segundo ele, as operações são de rotina, sempre ocorrem nos meses de dezembro e não mudam a rotina de investigações.

"São ações rotineiras realizadas em todo fim de ano para montar barreiras e fazer bloqueios visando cumprir principalmente mandados de busca. Não são ações para substituir a Polícia Militar, não tem nada a ver. Essas operações a gente sempre intensifica nessa época para incrementar as ações de segurança. Elas estavam planejadas desde o início do ano", falou.

Operação Integrada
As policias Civil e Militar, com apoio da Polícia Rodoviária Federal, deram início nesta quinta-feira (3) a uma operação que tem como objetivo identificar veículos roubados, apreender armas de fogo e drogas, além de dar cumprimento a mandados de prisão. Para tanto, o efetivo composto por cerca de 100 homens vai montar barreiras policiais em vários pontos de Teresina.

As instruções sobre a operação foram passadas no meio tarde dessa quinta-feira para todas as equipes policiais que fazem parte da ação. O encontro se deu na Academia de Polícia Civil do Estado do Piauí (Acadepol).

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