Polícia diz que superintendente, auditores e empresários presos negociavam licenças ambientais no PI

30/08/2018 12h59


Fonte G1 PI

Imagem: Lucas Barbosa/G1Greco cumpriu mandados na Semar, em Teresina.(Imagem:Lucas Barbosa/G1)Greco cumpriu mandados na Semar, em Teresina.

A Polícia Civil informou durante coletiva de imprensa que os presos na Operação Natureza, deflagrada nesta quinta-feira (3), faziam parte de um esquema de compra e venda de licenças ambientais. Os presos são o superintendente de meio ambiente da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar), dois auditores ambientais e empresários. O esquema gerou prejuízo de mais de R$ 3 milhões.

Os presos são Carlos Moura Fé (superintendente de meio ambiente), Fabrício Napoleão Andrade, Daniele Melo Vieira (auditores), Carlos Alberto do Prado Tenório, Tiago Maximiano Junqueira, Ivoneta Gontijo dos Santos e César Luis Barros dos Martírio Moura Fé (empresários). Segundo a polícia, este último empresário é primo do superintendente.

A delegada Rejane Piauilino, do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), explicou como funcionava o esquema. "Alguns empresários tinham acesso a servidores da Semar e teriam pago propina para eles, em troca de licenciamentos ambientais e outros documentos. Algumas empresas são de carvoarias, de plantação de eucalipto, dentre outras", explicou.

Os crimes foram corrupção ativa, corrupção passiva, associação criminosa, advocacia administrativa, além de crimes ambientais. A polícia informou que não havia um comando no esquema, todos participavam ativamente das operações.

"Nós pedimos quebra de sigilo bancário, comum em casos de crimes de corrupção, para poder comprovar o envolvimento. Temos aí também o crime de associação criminosa, porque não tem um chefe que comanda, são várias pessoas envolvidas para cometer os crimes. Eles precisavam de licença ambiental para desenvolver o ramo deles, como as carvoarias. Vimos então que havia cobrança de propina que envolvia todos os servidores, todos tinham conhecimento das solicitações", informou a delegada.

As investigações foram iniciadas em 2015, por meio de uma denúncia anônima feita à Polícia Federal e, posteriormente, encaminhada ao Greco, para apurar crimes praticados por servidores da Semar, como desvio de verbas públicas, o uso irregular de bens públicos, emissão de licenças ambientais de forma irregular, dentre outros. A SSP informou que ações dos investigados ocorriam desde 2012.

A Semar informou por meio de nota que está colaborando com as investigações.

Leia a íntegra:

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar) informa que está colaborando plenamente com a investigação em curso da Polícia Civil do Estado do Piauí, por meio do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), que investiga crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, associação criminosa, advocacia administrativa, além de crimes ambientais.

As ações dos investigados ocorrem desde 2012 e a Semar se coloca à total disposição para esclarecer quaisquer questionamentos, sempre visando à transparência e o correto funcionamento da administração púbica.