Piauí terá projeto piloto contra desertificação, anuncia diretor do MMA

16/06/2017 13h19


Fonte Cidadeverde.com

O Piauí será um dos cinco estados a desenvolver projeto piloto de ação contra a desertificação, por iniciativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA). O projeto será desenvolvido em Santo Antonio de Lisboa, escolhida por estar na região de Picos, uma das áreas com graves agressões ambientais.

A realização do projeto foi revelada pelo ambientalista Valdemar Rodrigues, diretor do Departamento de Desenvolvimento Rural Sustentável e de Combate à Desertificação do MMA. Em entrevista ao Acorda Piauí, na rádio Cidade Verde, Valdemar informou que o projeto será realizado dentro de uma nova metodologia, procurando integrar lavoura, pecuária e floresta nativa.

Ele disse que o semiárido nordestino é a área que sofre maior ameaça de desertificação, alcançando 10% da área. O problema decorre do uso inadequado do bioma. No caso da região de Picos, observa que a cajucultura é feita sem uma preocupação com a conservação do solo.

Essa realidade, conforme Valdemar, se faz mais grave ainda na atual situação, quando o Nordeste já contabiliza seis anos seguidos de seca. Com estiagem e diante da falta de opções para se manter, muitos agricultores terminam transformando a mata em lenha ou carvão.

O projeto piloto a ser implantado em Santo Antonio de Lisboa define uma nova postura do MMA em relação à desertificação. Primeiro, por focar mais na prevenção que na recuperação de áreas degradas. A recuperação é muito mais cara – adverte Valdemar. Outra mudança é a maior atenção à caatinga, uma das áreas mais ameaçadas pela desertificação, mas que ficava em plano secundário.

Imagem: Paulo de Araújo/MMAPiauí terá projeto piloto contra desertificação, anuncia diretor do MMA.(Imagem:Paulo de Araújo/MMA)

Valdemar, pioneiro contra a desertificação

O atual diretor do MMA para o combate à desertificação é um pioneiro nesta área. Piauiense, Valdemar Rodrigues foi professor da UFPI, onde criou o núcleo de estudos sobre a desertificação. Foi ele que, há cerca de 30 anos, chamou a atenção do Brasil para o problema e se notabilizou por estudar o caso específico da desertificação em Gilbués – que ele identificação como a soma da exploração mineral (garimpo de diamante) com a fragilidade geológica da região.

Tornou-se referência internacional sobre o tema, diversas vezes representando o Brasil em eventos internacionais sobre desertificação. Foi também secretário de Meio Ambiente de Teresina na última gestão de Wall Ferraz. A experiência que leva da academia e de conhecimento direto do problema está ajudando o MMA a adotar um novo rumo nas políticas relacionadas à desertificação.

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