Piauí tem recorde de desocupação e quase 60% dos trabalhadores na informalidade, diz Pnad

31/08/2021 16h42


Fonte G1 PI

Imagem: Maria RomeroPiauí tem recorde de desocupação e quase 60% dos trabalhadores na informalidade, diz Pnad(Imagem:Maria Romero)Piauí tem recorde de desocupação e quase 60% dos trabalhadores na informalidade, diz Pnad

O Piauí está com quase 60% dos trabalhadores na informalidade, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta terça-feira (31). Os dados indicam ainda que o estado atingiu recorde histórico de desocupação.

Conforme a pesquisa, o estado apresentou o maior índice histórico de pessoas desocupadas (aquelas com 14 anos ou mais de idade que estavam sem trabalho e procurando por uma ocupação), no 2º semestre de 2021.

Pela primeira vez, a taxa atingiu a marca de 14,9%. Isso indica que o estado tinha cerca de 212 mil desocupados ao final do 2º trimestre deste ano.

É a maior proporção já registrada desde 2012, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deu início à coleta da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).

A pesquisa indica que o Piauí segue na contramão do país, que também alcançou recordes de desocupação durante a pandemia, mas teve pequena recuperação no 2º trimestre de 2021.

A taxa do país, que chegou a 14,7% no 1º trimestre de 2021, caiu para 14,1% no 2º trimestre. Isso significa que, no Brasil, cerca de 361 mil pessoas conseguiram uma ocupação ou desistiram de procurar trabalho entre os dois primeiros trimestres deste ano.

No total, cerca de 14,4 milhões de pessoas ainda permaneciam desocupadas no país ao final do 2º trimestre de 2021.

O estado de Pernambuco é quem lidera as estatísticas de desocupação, com taxa que chegou a 21,6% no 2º trimestre de 2021. Já o menor índice do país é de Santa Catarina, onde apenas 5,8% da população em idade de trabalhar está desocupada.

Informalidade

Como consequência da falta de empregos, a taxa de informalidade chegou a 56,9% no estado, o quarto índice mais alto do país. No Brasil, a taxa foi de 40,6%.

A taxa indica a proporção de trabalhadores do setor privado sem carteira de trabalho assinada, trabalhadores domésticos sem registro em carteira, empregadores sem registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), trabalhadores por conta própria sem CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares em relação ao total de pessoas ocupadas.

Ao todo, cerca de 687 mil pessoas estão ocupadas na informalidade no Piauí. São 175 mil trabalhadores do setor privado sem carteira, 70 mil trabalhadores domésticos sem carteira, 18 mil empregadores sem CNPJ, 356 mil trabalhadores por conta própria sem CNPJ e 68 mil trabalhadores familiares auxiliares.

Chama a atenção, em nível nacional, a alta taxa de informalidade dos trabalhadores do setor privado piauiense. O Piauí possui a quinta menor taxa de trabalhadores do setor privado que têm carteira de trabalho assinada.

Apenas 57,1% das pessoas empregadas no setor privado são contratadas formalmente no estado. No Brasil, a média é de 75,1%, enquanto em Santa Catarina, estado com maior proporção, o índice chega a 90%.

Apenas os estados do Amazonas (59,7%), Maranhão (60,5%) e Pará (60,5%) registraram índices de informalidade superiores ao Piauí. Santa Catarina tem a menor proporção do país (26,9%).

Piauí é o estado com mais subutilização da força de trabalho
No país, o Piauí aparece na primeira posição quanto ao índice de subutilização composta da força de trabalho.

A taxa, que reúne as pessoas que trabalham menos de 40h semanais e que gostariam de completar a carga horária, as desocupadas e as inativas com potencial para trabalhar, alcançou 46,6% da população com 14 anos ou mais de idade do estado no 2º trimestre de 2021.

Enquanto o índice piauiense alcança quase metade (46,6%) da população em idade de trabalhar, a taxa do Brasil não chega a um terço das pessoas com 14 anos ou mais de idade (28,6%).

Apesar da alta proporção, o estado registra quedas no indicador: a taxa era de 48,7% no 1º trimestre de 2021 e de 47,8% no 2º trimestre do ano passado. O valor registrado no país também foi menor do que no 1º trimestre de 2021 (29,7%) e do que no 2º trimestre de 2020 (29,1%).

A taxa de subutilização composta do Piauí corresponde a cerca de 824 mil pessoas. São, aproximadamente, 212 mil desocupados, 349 mil pessoas com potencial para trabalhar, mas fora da força de trabalho e 263 mil subocupados por insuficiência de horas trabalhadas – ou seja, que trabalham menos de 40h semanais.

No país, o índice corresponde a 32,2 milhões de pessoas: 14,4 milhões de desocupados, 10,2 milhões na força de trabalho em potencial e 7,5 milhões subocupados por insuficiência de horas trabalhadas.