Piauí tem maior alta do país no rendimento por pessoa em 10 anos, segundo IBGE

12/05/2023 08h14


Fonte ClubeNews

Imagem: Agência BrasilO rendimento médio mensal do piauiense subiu 20,72%, de R$ 1.496 para R$ 1.806.(Imagem:Agência Brasil)O rendimento médio mensal do piauiense subiu 20,72%, de R$ 1.496 para R$ 1.806.

O Piauí foi destaque nacional no aumento do rendimento médio por pessoa na análise dos últimos 10 anos. Foi o que apontou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua: Rendimento de todas as fontes 2022, divulgada nesta quinta-feira (11) pelo IBGE.

Em 2022 o rendimento médio mensal do piauiense subiu 20,72%, de R$ 1.496 em 2012 para R$ 1.806 em 2022, maior crescimento do país no período. Em 2022, o rendimento médio mensal domiciliar per capita foi de R$ 1.092, crescimento acima da média da região Nordeste (R$ 1.011) e do valor de 2021 (R$ 934), com aumento de 17%.

No Brasil, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita chegou a R$1.586 em 2022, com alta de 6,9% frente a 2021, quando registrou o menor valor (R$ 1.484) da série histórica iniciada em 2012. Com isso, a massa do rendimento mensal real domiciliar per capita subiu 7,7% na comparação com 2021, chegando a R$ 339,6 bilhões.

Rendimento por regiões

Entre as regiões do país, o Nordeste apresentou o menor rendimento médio mensal domiciliar per capita (R $1.011), enquanto a região Sul tem o maior (R$ 1.927).

A região Norte teve rendimento de R$ 1.096. No Centro-Oeste, o rendimento ficou em R$ 1.857, enquanto na região Sudeste foi de R$ 1.891.
Imagem: IBGEPiauí tem maior alta do país no rendimento por pessoa em 10 anos, segundo IBGE.(Imagem:IBGE)

Bolsa Família

No Piauí, a proporção de domicílios com algum beneficiário do Auxílio Brasil/Bolsa Família em 2022 foi de 40,3%, o 2º maior percentual do Brasil, inferior apenas ao estado do Maranhão (40,7%).

Em todo o país, ainda em 2021, o percentual ficou em 8,6% de domicílios com alguém recebendo Bolsa Família e 15,4% dos que recebem outros programas sociais.

Já em 2022, a interrupção do pagamento do auxílio emergencial e a criação do Auxílio Brasil ajudam a explicar parte do aumento percentual de domicílios recebendo este programa (16,9%) e a redução na categoria “Outros programas sociais” para 1,5%.

Essas oscilações tão amplas podem indicar migrações para um benefício mais vantajoso durante a pandemia ou decorrer de eventuais dificuldades dos informantes da pesquisa em identificar corretamente qual benefício recebiam.

“A categoria de outros programas sociais, que incluía o Auxílio Emergencial, retornou ao seu patamar histórico de menos de 2% na Pesquisa. Já na rubrica onde captávamos o Bolsa Família e onde é captado o Auxílio Brasil neste ano, se compararmos com o pré-pandemia, podemos ver que a proporção de pessoas beneficiadas aumentou de 14,3% em 2019 para 16,9% em 2022”, explicou Alessandra Brito, analista da pesquisa.

Concentração de renda e desigualdade

Após crescer em 2021 (0,544), o índice de Gini do rendimento médio mensal domiciliar per capita caiu em 2022, atingindo a marca de 0,518. De acordo com o IBGE, quanto maior o Gini, maior a desigualdade.

O Nordeste manteve o maior índice de Gini em 2022 (0,517) e a região Sul, o menor (0,458). Entre 2021 e 2022, a desigualdade medida pelo Gini diminuiu em todas as regiões, sobretudo no Nordeste (de 0,556 para 0,517) e Sudeste (0,533 para 0,505). Nesta região e também no Centro-Oeste (0,493), os respectivos índices de Gini chegaram aos menores valores da série histórica.
Imagem: IBGEPiauí tem maior alta do país no rendimento por pessoa em 10 anos, segundo IBGE.(Imagem:IBGE)

Já o Gini do rendimento médio mensal de todos os trabalhos caiu de 0,499 para 0,486, atingindo seus menores valores, na média do país e em quase todas as regiões.

Segundo a analista Alessandra Brito, “a entrada de quase 8 milhões de pessoas na população ocupada puxou a média de rendimento para baixo, mas aparentemente essas pessoas ingressaram no mercado de trabalho recebendo vencimentos com valores similares, o que resultou numa distribuição menos desigual. Além disso, o rendimento médio dos trabalhadores sem carteira e por conta própria aumentou no período, também contribuindo para essa queda no índice de desigualdade”.

Apesar da redução no Gini, a desigualdade permanece: em 2022, o rendimento médio domiciliar per capita do 1% da população que ganha mais era de R$ 17.447. Isso equivale a 32,5 vezes o rendimento médio dos 50% que ganham menos (R$ 537), uma desigualdade muito grande, ainda que, em 2021, essa razão fosse de 38,4 vezes.

“A queda brusca dessa razão para o menor patamar da série histórica reflete um pouco tudo que observamos. Muitas pessoas voltaram para o mercado de trabalho, os muito pobres estão recebendo um auxílio que se compara ao auxílio emergencial em valor, e o 1% mais rico teve uma pequena redução no rendimento”, sintetiza Brito.

A pesquisa mostra que a metade da população com os menores rendimentos recebeu, em média, R$ 537, uma alta de 18,0% em relação a 2021, quando o rendimento dessa metade da população chegou ao menor valor da série histórica: R$ 455.



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