Piauí tem a menor taxa de homicídios de adolescentes do Nordeste

29/01/2015 09h30


Fonte G1 PI

Imagem: Yara Pinho/G1Imagem feita no ano passado mostra adolescente assassinado enquanto esperava ônibus.(Imagem:Yara Pinho/G1)Imagem feita no ano passado mostra adolescente assassinado enquanto esperava ônibus.

Dados da 5ª edição do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) divulgado nessa quarta-feira (28) mostram que o Piauí é o estado da região Nordeste e sétimo do país com menor índice de homicídios de adolescentes. Segundo o levantamento, o IHA no estado é de 2,26 assassinatos para cada mil adolescentes. Os dados são referentes ao ano de 2012.

A pesquisa calcula o risco de adolescentes de 12 anos a 19 anos serem assassinados antes de completarem a última idade, nos municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. Entre as regiões, o Nordeste lidera o ranking com 5,95 mortes e a estimativa de 16.180 mil assassinatos de adolescentes entre 2013 e 2019. Dos dez estados com maior IHA, seis estão localizados na região Nordeste. O Piauí foi o único estado da região a ter o menor índice.

A distribuição dos valores do IHA para as capitais dos estados apresenta valores bem próximos daqueles observados para os estados a que cada uma delas pertence. Teresina, por exemplo, atingiu IHA de 2,69 adolescentes assassinados para cada mil na idade inicial.

Para o IHA, o risco de homicídio tende a ser mais elevado nos estados do Nordeste e relativamente menor nos estados da região Sudeste. Num período de sete anos, se mantidas as condições de 2012, somente no estado da Bahia, cerca de 5.500 adolescentes terão o homicídio como causa de sua morte. No Brasil estima-se que 42 mil adolescentes morrerão assassinados nos municípios com mais de 100 mil habitantes.

Em suas conclusões, o estudo aponta um crescimento no número de homicídios de adolescentes de 12 a 18 anos de idade no Brasil e apresenta um ranking das cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes onde este índice se encontra mais elevado.

O levantamento foi preparado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Observatório de Favelas e Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-UERJ).

Na avaliação feita pelo doutor em antropologia Arnaldo Eugênio, as crianças e adolescentes são as maiores vítimas da violência no país. Para ele, os dados mostram que as políticas de prevenção e combate à criminalidade no Piauí se existem não funcionam.

"A gente precisa mudar as estratégias, do contrário a tendência é que aumente os índices de criminalidade porque os fatores que favorecem esse cenário têm aumentado, como a atração de jovens para o mundo do tráfico, aumento de armas nas mãos de pessoas. Não é uma questão só de polícia. Quando se fala em violência entre adolescentes é mais uma questão social do que de justiça criminal. O que falta são políticas afirmativas para proteção da juventude”, avaliou.

A Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Sasc) é reponsável no estado pela custódia de adolescentes infratores e estes cumprem medidas socioeducativas nas unidades de internação. De acordo com a pedagoga da secretaria, Maria Teresa Freire, as instituições desenvolvem atividades pedagógicas que contemplam ações educativa, de saúde, profissionalizantes e de convivência familiar.

“O programa de medida socioeducativa no Piauí ainda é uma referência, não que isso nos orgulhe, mas nos dá mais responsabilidade, o desafio é maior. O trabalho contempla todas as políticas públicas que são referendadas na Constrituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)",
disse.

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