Permissionários da Ceapi temem parceria público-privada no órgão
21/02/2015 08h46Fonte G1 PI
Os cerca de três mil permissionários do Centro de Abastecimento do Piauí (Ceapi), que funciona na Zona Sul de Teresina, estão preocupados com a criação das parcerias público-privadas (PPPs). O órgão, que segundo os permissionários, possui uma estrutura que é precária, passaria a ser administrada por grupos de investimentos empresariais, monitorados pelo poder público.A proposta de implantação das PPPs, segundo a secretaria de governo do estado, é fazer com que empresas administrem órgãos como a Ceapi e as Rodoviárias do Piauí na tentativa de dar solução a problemas estruturais e gerenciais que enfrentam há anos. A associação dos permissionários da Ceapi, que possui 800 cadastrados, é contra a iniciativa do governo, que segundo o presidente, José de Ribamar Lopes, a mudança causaria prejuízos para quem vive do local. "Vai desempregar muita gente", disse.
Imagem: Reprodução/TV Clube
Com a parceria, Erivan da Conceição teme perda do emprego.
Com a parceria, Erivan da Conceição teme perda do emprego.Para o permissionário Erivan da Conceição, que paga no local R$ 14,00 por semana em contribuição, com a mudança, ele teme o emprego. "Eu não tenho outro meio de ganhar dinheiro, vivo daqui, e se eles forem privatizar vai aumentar o valor do que contribuímos todos os dias. Assim sendo, o que arrecadarmos aqui vai ser só para a Ceapi", contou.
Para administrador de empresas, professor da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) e mestre em parcerias público-privadas Daniel Barroso, é um modelo conhecido em todo o Brasil e tem dado certo em vários setores. “Alguns estados já contrataram e já fizeram licitações para realizar obras em rodoviárias, metros; então é um modelo já experimentado em outros estados e tem provado a sua viabilidade”, ressaltou.
Imagem: Reprodução/TV ClubeClique para ampliar
Daniel Barroso afirma que parcerias podem ser uma boa saída.
Daniel Barroso afirma que parcerias podem ser uma boa saída.Ainda segundo ele, as mudanças na Ceapi dependem de como será formatada a administração do órgão depois que realizada a parceria público-privada. Segundo ele, muitas pessoas confundem com privatização, mas na verdade a parceria é apenas uma concessão.
"Tudo depende do modelo que será colocada na licitação. Existem grupos interessados nas parcerias que o governo do Piauí tem planejado e esses grupos têm apresentando seus projetos. Portanto, é preciso que esteja descrita a forma de gestão, se vai ser predial ou gerencial. A conduta administrativa em formato gerencial é que há uma preocupação para os permissionários", contou.
Segundo o secretário de governo do Piauí, Merlong Solano, o grupo econômico que vencer a licitação fará os investimentos necessários e ganha o direito de exploração do órgão. Ainda segundo o secretário, a longo prazo, a proposta do governo é ampliar as parcerias para setores como educação e saúde. De acordo com o estado, as licitações começam no mês de maio deste ano e especialista diz que medida tem dado certo em outros estados.
"Nós esperamos a melhoria na qualidade do serviço prestado à população, sejam nas rodoviárias sejam na Central de Abastecimento. Trazendo para o serviço da sociedade a capacidade de investimento da iniciativa privada em curto prazo, sua melhor capacidade gerencial e trazendo a viabilidade do governo de fiscalizar e monitorar a qualidade desses serviços", contou.
Para ler mais notícias do FlorianoNews, clique em florianonews.com/noticias. Siga também o FlorianoNews no Twitter e no Facebook












