Paralisação da enfermagem afeta postos e atendimentos no litoral do PI; categoria pede reajuste

20/10/2025 09h02

Fonte G1 PI

Enfermeiros, auxiliares e técnicos em enfermagem paralisaram as atividades nesta segunda-feira (20) em Parnaíba, no litoral do Piauí. A paralisação começou às 8h e vai afetar o funcionamento de postos de saúde municipais e os atendimentos eletivos.

Procurada pelo g1, a prefeitura da cidade informou que os postos abrirão e receberão pacientes normalmente. Os serviços de urgência e emergência também estão mantidos.

Segundo o Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Piauí (Senatepi), a categoria decidiu pela paralisação, que deve durar até 72 horas, por estar há mais de 20 anos sem reajuste salarial. Os profissionais recebem um salário mínimo, mesmo com piso nacional aprovado.

"Tivemos uma reunião com o prefeito [Francisco Emanuel, do Progressistas] em abril e ele disse que avaliaria o impacto das nossas reivindicações nas contas do município. Na semana passada, nos reunimos de novo com a prefeitura e nos disseram que não dariam aumento para a categoria porque outras necessitavam mais", contou a diretora do Senatepi Waldisleia Xavier.

A diretora disse que a gestão municipal apontou o complemento do piso nacional como justificativa para não conceder o aumento salarial. No entanto, o sindicato destacou que o piso é repassado pelo Ministério da Saúde, e não pela prefeitura.

"A gente espera uma negociação justa, digna, que o prefeito demonstre respeito e dignidade pela categoria. Somos 60% dos profissionais da saúde em Parnaíba", completou Waldisleia.

O Senatepi declarou ainda que a paralisação é legal, pois cumpriu os prazos e exigências da Lei de Greve. Além do reajuste, os profissionais da categoria pedem gratificações e a criação de um plano de cargos e salários específico da enfermagem.

Nesta segunda, eles se reunirão em frente à Prefeitura de Parnaíba e esperam por uma nova reunião com os gestores.

Prefeitura se manifesta

O secretário de Saúde de Parnaíba, Thiago Judah, disse ao g1 que cerca de 30% dos profissionais da enfermagem vão permanecer nos postos de saúde da cidade.

Em relação ao pedido de reajuste, o secretário afirmou que a prefeitura vai priorizar categorias que não têm um piso salarial nacional definido.

"Nesse momento vamos priorizar médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e fisioterapeutas. A enfermagem recebe um complemento do governo federal e essas outras classes não têm benefício algum", declarou Thiago.

O gestor destacou que a mesa de negociação continua aberta, mas não será possível contemplar a enfermagem. "Assim como profissionais que também têm piso, como contadores, odontólogos e agente de endemia", elencou.

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