Paciente morre no HGV após espera por hemodiálise peritoneal

07/08/2016 08h00


Fonte Cidadeverde.com

Sem os kits para a hemodiálise peritoneal desde o mês de abril devido um entrave entre o governo e a empresa que fornece o material, os pacientes sofrem com o descaso e neste sábado, foi registrada a primeira vítima fatal. Em tratamento há vários meses, uma mulher morreu em Teresina pouco dias após conseguir na justiça a autorização para o procedimento no Hospital Getúlio Vargas. Com a falta do material, o temor é que sejam registrados mais óbitos.

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarHospital Getúlio Vargas(Imagem:Divulgação)

O presidente da Associação dos Pacientes Renais Crônicos do Piauí (Aprepi), Luiz Filho, destaca que atualmente pelo menos 50 pacientes necessitam de uma diálise peritoneal, indicada para os que estão em estado mais grave.

“Desde abril a Associação obteve informação de que a empresa não iria mais fornecer os kits para hemodiálise peritoneal. Assim, nos procuramos o SUS para saber como ia ficar, fomos informados que deveríamos procurar o Ministério da Saúde, que nunca nos deu resposta”, lamenta.

Uma das pacientes que fazia tratamento era Maria Francineide de Sousa, que não resistiu e faleceu neste sábado. Ela estava internada no Hospital de Urgência de Teresina e necessitava de uma hemodiálise peritoneal, mas devido a falta de vagas, nunca havia recebido o procedimento. “A APREPI entrou com ação no Ministério Público Federal para que o problema fosse resolvido. Acompanhamos a filha dela, Rita, até a Defensoria Pública para ação individual pra resgatar o direito a dialise e agora, na quinta-feira, o juiz expediu um mandato para que ela fosse transferida para o HGV, onde começaria a fazer a peritoneal, mas ela não resistiu, estava bastante debilitada”, destaca Luiz.

Para o presidente da associação, a morte da mulher foi apenas a primeira fatalidade, e, caso não seja encontrada uma solução, mais pessoas podem morrer. “Hoje temos mais de 2 mil pacientes fazendo hemodiálise, e se de uma hora pra outra 50% necessitarem de peritoneal, teremos um problema muito grande. O estado está negando o direito de um cidadão. Está se ferindo os direitos humanos quando não temos acesso a saúde, está se negando o direito a vida”, desabafa.

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