Óleo retirado das praias do Piauí vira combustível alternativo em fábrica de cimento

15/03/2020 12h11


Fonte Cidade Verde


Clique para ampliarResíduo coletado na praia Piauiense(Imagem:arquivo/BrunoCampos/Folhapress)Resíduo coletado na praia Piauiense
Todo o resíduo oleoso coletado nas praias piauienses foi levado para uma fábrica de cimentos em Sobral, no Ceará. A Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semar), com base no último levantamento - quando ainda havia presença de óleo no litoral do Piauí - informou que 10.456 toneladas foram recolhidas dos municípios de Ilha Grande, Parnaíba, Luís Correia e Cajueiro da Praia. Algumas praias do Piauí chegaram a ser consideradas impróprias para banho devido a presença das manchas de óleo.

Ao Cidadeverde.com, a empresa Votorantim Cimentos confirmou que recebeu o material e esclareceu que o óleo cru passou por coprocessamento, que é uma tecnologia usada mundialmente na destinação adequada e ambientalmente correta de diferentes tipos de resíduos, não utilizados na reciclagem, com reaproveitamento energético nos fornos da indústria de cimentos.

A empresa em Sobral (CE) recebeu material do Piauí e do Maranhão. Já a filial de Laranjeiras, no Sergipe, recebeu o óleo encontrado nos estados de Alagoas e Sergipe. Ao todo, as duas fábricas coprocessou o volume de 155 toneladas.

"Esses resíduos e biomassas substituem o coque de petróleo, que é um combustível fóssil. A substituição auxilia na redução de emissões de gases de efeito estufa tanto durante a produção de cimento quanto no processo de decomposição dos resíduos, que deixam de ir para os aterros", detalhou.

Atualmente, há "diferentes tipos de biomassas para o coprocessamento, como casca de arroz, cavacos de madeira, coco babaçu, serragem e caroço do açaí, além de pneus usados e outros resíduos industriais, como plásticos, papéis, têxteis com restos de óleo, líquidos e borras provenientes de limpezas de tanques ou de diferentes tratamentos industriais, entre outros", acrescentou a empresa.

Manchas no litoral

Em agosto de 2019, as primeiras manchas de óleo cru de petróleo começaram a aparecer no litoral nordestino. No Piauí, elas surgiram um mês depois e atingiram as praias do Arrombado, Coqueiro, Itaqui, Peito de Moça, Atalaia, Pedra do Sal e Porto. Pouco mais de um mil localidades litorâneas do Nordeste e alguns pontos do Sudeste registram a presença do óleo. O Delta do Piauí também foi atingido.

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