Mutirão carcerário soltou mais de 320 detentos no Piauí

28/07/2010 18h03


Fonte ai5piaui

De forma menos polêmica do que nas outras duas oportunidades, a Justiça piauiense colocou em liberdade quase 320 detentos, em estado provisório, durante o terceiro mutirão carcerário promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no Estado. Foram analisados em todo Piauí mais de dois mil processos, dos quais 16% obtiveram alvará de soltura. No Piauí, mais de 70% da população carcerária encontra-se preso sem condenação, segundo dados do CNJ.

Os dados foram fornecidos pelo juiz Fernando Mendonça, coordenador do mutirão penal do CNJ no Piauí, que informou ainda que outros 50 presos estão em condições de receber o benefício de mudança de regime, ou seja, podem receber a liberdade ingressar em regime semi-aberto, aberto ou passar a cumprir pena alternativa. O mutirão judiciário teve início no dia oito de junho e foi concluído na última sexta-feira (23).

“São números importante e mostram que o Piauí está de parabéns, principalmente pela criação do Núcleo de apoios às varas de Teresina”, informou o magistrado, ao portalaz, ressaltando que esse último mutirão não provocou tanta polêmica como das outras duas vezes, ocorridas em 2008 e 2009, porque a população já entendeu que ele não serve apenas para soltar preso. “É mais uma questão de justiça”, analisou.

Sobre a quantidade de réus provisórios, o juiz Fernando Mendonça disse que o percentual ainda é alto: 70% de réus provisórios. “Isso não é normal. Se os réus fossem julgados dentro do prazo teríamos mais vagas nos presídios do que réus presos. Minha experiência como juiz penal mostra que se eles obtêm todos os tramites de acordo com alei sai melhor do que estar”, apontou o magistrado, em entrevista a emissora de TV local.