Mulher de detento é presa suspeita de participar de incêndios a ônibus em Teresina

24/08/2017 09h22


Fonte G1 PI

Uma mulher foi presa na manhã desta quinta-feira (24) durante a Operação Coerção, que investiga a ligação de incêndios a três ônibus em Teresina e os dois motins na Casa de Custódia ocorridos esta semana. Segundo o delegado Carlos César, do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), a suspeita seria esposa de um detento, que ordenou os ataques de dentro do presídio.

"Nosso Serviço de Inteligência detectou telefonemas entre a mulher presa e um detento da Casa de Custódia mandando parceiros dele queimar ônibus em Teresina. A operação cumpre ainda mais 24 mandados de busca e apreensão dentro do presídio, com objetivo de identificar os autores destes crimes",
informou Carlos César.

Ao G1, o secretário de segurança Fábio Abreu revelou que a mulher presa na operação foi vista nas mediações da Casa de Custódia no dia dos motins, impedindo a entrada de viaturas na penitenciária. Ela foi encontrada em casa e teve o celular apreendido com informações dos ataques aos ônibus.

"Eles [familiares e presos] alegam que a motivação dos ataques foi devido as medidas disciplinares adotadas para os detentos envolvidos em motins, que tiveram as visitas e banho de sol suspensos",
comentou Fábio Abreu.

Conforme o delegado Laércio Evangelista, que coordena a operação, vistorias estão sendo realizadas em todos os pavilhões da Casa de Custódia. A ação conjunta conta também com a participação da Secretarias de Segurança e Justiça, Diretoria de Inteligência, Policias Civil e Militar, através do helicóptero.

"A suspeita nega participação e informa ser do Rio de Janeiro, que veio ao Piauí para apresentar os filhos aos avós. Além da mulher, mais cinco suspeitos serão ouvidos no decorrer do dia. Armas de fogo e drogas foram encontrados na busca. O inquérito deve ser concluído nos próximos 30 dias", acrescentou Laércio Evangelista.

Entenda o caso

Em 48h, detentos realizaram dois motins na Casa de Custódia de Teresina. A situação mais grave aconteceu na noite de domingo (20), quando 13 presos ficaram feridos após atearem fogo em colchões, quebrarem cadeados e arracarem grades de quatro pavilhões.

Para a Secretaria de Justiça, a implantação de um sistema de monitoramento eletrônico gerou insatisfação entre os presos. Ao todo, 30 câmeras foram destruídas no motim de domingo. A unidade tem capacidade para 330 pessoas e atualmente possue 1.024 presos.

"Eles reclamam da implantação de regras disciplinares na unidade, como corte de banho de sol e redução das visitas para presos flagrados com celulares e materiais ilícitos. Os presos também ficaram insatisfeitos com a implantação de câmeras mais modernas nos pavilhões e áreas externas para o controle da unidade",
comentou o secretário estadual de Justiça, Daniel Oliveira.

Ainda durante o motim de domingo, a polícia precisou se deslocar para a Zona Leste de Teresina, após receber a denúncia de que pessoas ligadas aos presos iriam atear fogo em ônibus. Porém, na noite de segunda-feira (21) três ônibus de propriedade particular e uma caminhonete foram incendiados em zonas distintas de Teresina.

Desde então, a Polícia Civil do Piauí iniciou investigação para apurar se os incêndios tinham sido ordenados de dentro da Casa de Custódia. Os ataques tiveram motivação criminosa, segundo apuração preliminar da polícia, e coincidiram com uma recente alteração na rotina da unidade penitenciária.

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Tópicos: motins, presos, mulher