Médicos poderão adotar protocolo nacional contra a covid-19 e hospitais do PI terão medicamento

21/05/2020 14h41


Fonte G1 PI

Imagem: ReproduçãoMédicos podem usar medicamentos de protocolo nacional com anuência do paciente, diz secretário de saúde do Piauí.(Imagem:Reprodução)Médicos podem usar medicamentos de protocolo nacional com anuência do paciente, diz secretário de saúde do Piauí.

O secretário estadual de saúde do Piauí, Florentino Neto, disse em vídeo divulgado à imprensa, nesta quinta-feira (21), que todos os hospitais da rede estadual terão cloroquina e hidroxicloroquina para que os médicos possam prescrever aos pacientes na fase precoce do tratamento da covid-19. O Ministério da Saúde divulgou nessa quarta-feira (20) o novo protocolo.

De acordo com a nova orientação, o Ministério liberou no Sistema Único de Saúde (SUS) o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina até para casos leves de covid-19. Até então, o protocolo previa os remédios para casos graves.

Segundo o secretário, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) reconhece que não há ainda uma pesquisa que comprove ou não a eficácia da cloroquina e da hidroxicloroquina, combinadas com outros medicamentos, incluindo corticoides, no tratamento da covid-19.

Contudo, ele destacou que o órgão pretende dar aos pacientes todos os meios possíveis de tratamento, assim como ao médico a possibilidade de prescrevê-los.
Imagem: Flavio Lo Scalzo/ReutersMédicos atendem pacientes.(Imagem:Flavio Lo Scalzo/Reuters)Médicos atendem pacientes.

"O estado garantiu os medicamentos em todos os hospitais e os médicos podem prescrever com a autorização do paciente. Não cabe à Sesapi condenar o uso ou aprovar, cabe dar condições para o médico exercer sua faculdade técnica, de prescrever ou não, e do paciente autorizar ou não o uso, por isso garantimos a medicação",
declarou.

O presidente Jair Bolsonaro defende o uso da cloroquina no tratamento da doença causada pelo novo coronavírus. Mas não há comprovação científica de que esse remédio seja capaz de curar a covid-19.

Estudos internacionais não encontraram eficácia no medicamento, e a Sociedade Brasileira de Infectologia não recomenda a utilização. O protocolo da cloroquina foi motivo de atrito entre Bolsonaro e os últimos dois ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. No intervalo de menos de um mês, os dois deixaram o governo.
Imagem: Divulgação/SesapiHospital da Polícia Militar do Piauí (HPM) é o hospital sentinela de atendimento à covid-1 no estado. (Imagem:Divulgação/Sesapi)Hospital da Polícia Militar do Piauí (HPM) é o hospital sentinela de atendimento à covid-1 no estado. 

No Piauí, o secretário destacou que o médico tem as condições de prescrever os medicamentos, desde que oriente o paciente sobre o uso, já que, segundo recomendação já feita pelo Conselho Regional de Medicina do Piauí sobre a cloroquina, a medicação pode oferecer riscos e efeitos colaterais graves.

"Um médico pode [prescrever a cloroquina], desde que ele, além de prescrever, colha a anuência do paciente. Assim estamos conduzindo para dar a todos os direitos de acesso a todos os meios possíveis de tratamento", disse.

O médico intensivista e membro do Centro de Operações de Emergência (COE), Bruno Ribeiro, declarou que o estado já fazia o controle dessa autorização disponibilizando termos de consentimento nas unidades de saúde para médicos e pacientes.

"Então o protocolo estadual está mantido, porque já garantia a liberdade de escolha, já trazendo termo de consentimento pronto a ser assinada por ambas as partes",
disse o médico.

Apoio a pesquisas
Florentino Neto disse ainda que tem percebido a discussão e a discordância entre médicos sobre o uso dos medicamentos contra a ação do coronavírus e que no momento não há um estudo definitivo sobre isso. Diante disso, ele informou que o estado pretende apoiar pesquisas sobre o assunto.

"Não existe no momento ainda uma pesquisa científica que estabeleça que este é um tratamento cientificamente comprovado para a covid-19. Existe uma intenção já publicizada para a UFPI [Universidade Federal do Piauí] e Uespi [Universidade Estadual do Piauí] de apoiar pesquisas e estudos sobre o uso e o não uso dos medicamentos",
disse.

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