Manifestantes fixam cruzes em frente a Assembleia Legislativa do Piauí

06/09/2013 12h59


Fonte G1 PI

Mais de 3 mil trabalhadores rurais do Piauí participaram de uma manifestação nesta sexta-feira (06). Os manifestantes saíram por volta das 08h00 em caminhada da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) até a Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi). Várias cruzes foram colocadas em frente a assembleia simbolizando as vítimas da seca no estado.

Imagem: Gil Oliveira/G1Cruzes foram colocadas em frente ao prédio da Assembleia Legislativa.(Imagem:Gil Oliveira/G1)Cruzes foram colocadas em frente ao prédio da Assembleia Legislativa.

Alguns manifestantes mais exaltados tentaram entrar na Alepi, mas foram impedidos pela segurança. Uma nova caminhada foi organizada e os trabalhadores deixaram o prédio da Assembleia em direção ao Palácio de Karnak, no Centro.

De acordo com Francisco Alan, da comissão da Pastoral da Terra, os trabalhadores pedem prioridade em projetos de reforma agrária e melhorias nos assentamentos. Agricultores de São Raimundo Nonato, Campo Maior, Bom Jesus e outras cidades participaram do movimento.

Imagem: Gil Oliveira/G1Manifestantes tentaram entrar no prédio da Assembleia Legislativa do Piauí.(Imagem:Gil Oliveira/G1)Manifestantes tentaram entrar no prédio da Assembleia Legislativa do Piauí.

“Não houve nenhuma desapropriação para projetos de reforma agrária no estado. Nós também exigimos a devolução dos mais de R$ 23 milhões que foram retidos pelo Governo Federal. Muitas famílias estão passando necessidade nesses assentamentos porque não têm água, energia e estrutura para a agricultura”, disse.

Para Jeane da Silva, 20 anos, casada e com um filho, a estrutura não permite o plantio para a própria sobrevivência. Moradora do Assentamento Marrecas, em São João do Piauí, Sul do estado, ela conta que falta água para a irrigação e os agricultores não têm o que comer.

“Os projetos do Incra são desordenados. Primeiros eles dão as moradias, mas não oferecem condições mínimas para as famílias. Falta água, luz e estrutura para a agricultura e assim as pessoas não têm como se manter nos assentamentos”,
disse Juscelino da Silva, secretario do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Miguel Alves.

Os trabalhadores estão desde a quinta-feira(5) acampados na sede do Incra em Teresina. No Piauí, somente o MST coordena 76 assentamentos, com mais de 500 famílias em todas as regiões do estado.