Mãe pagaria R$ 3 mil para tratar asma de filha com magia, diz conselho
21/04/2016 09h11Fonte G1 PI
A mãe da menina de 10 anos, internada com marcas de tortura e intoxicação, revelou que pagaria R$ 3 mil para tratar a asma da filha por meio de um ritual de magia negra. Segundo a conselheira tutelar Socorro Arrais, a informação foi dada pelos pais da criança durante depoimento nessa quarta-feira (20) na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), em Teresina."Ela afirmou ser frequentadora do ritual a cerca de quatro anos e levava a filha porque queria curá-la de uma asma. A mãe diz que a coordenadora do ritual cobrou R$ 3 mil pelo tratamento, mas que só R$ 500 teriam sido pagos até o momento, e sob orientação dessa mulher, ainda não identificada, comprou o líquido ingerido pela criança e que provocou a intoxicação", contou a conselheira revelando ainda que o ritual foi realizado no Maranhão, mas em cidade ainda desconhecida.
Imagem: G1.comClique para ampliar
Líquido suspostamente ingerido pela criança durante ritual de magia negra.
Líquido suspostamente ingerido pela criança durante ritual de magia negra.A menina foi internada no Hospital de Urgênca de Teresina (HUT) ainda no dia 14 deste mês com marcas de tortura e intoxicação. Desde então ela está em coma e sem apresentar nenhum tipo de reação.
Em conversa com a conselheira Socorro Arrais, o pai da garota relatou sobre o tratamento ao qual a filha foi submetida no interior do Maranhão.
De acordo com ele, antes de iniciar o ritual, toda criança é obrigada a raspar o cabelo e em alguns casos a paciente passa de dois a três dias deitada após ingerir um coquetel.
"O que me preocupa é saber que outras crianças podem ter sido submetidas aos mesmos rituais. Temos relatos de menores que apareceram com a cabeça raspada e devemos suspeitar destes casos, porque eles não são normais. Quantas localidades, especialmente no interior, acontecem isso e não sabemos", declarou Socorro Arrais, que registrou boletim de ocorrência contra os pais da criança.
Por se tratar de uma tentativa de homicídio, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) encaminhou o caso para o do 11º Distrito Policial. No entanto o caso voltou à DPCA, que só vai se pronunciar sobre a investgação após o recebimento do laudo que va indicar as substâncas contidas no líquido ingerido pela criança.
Estado de saúde
Para o diretor técnico do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), Fábio Marcos de Sousa, a substância tóxica ingerida pela menina determinou um quadro neurológico grave e irreversível, que teve carater progressivo no quadro da paciente.
"Coletamos material no estômago da garota e a família também entregou um fraco de vidro contendo o líquido supostamente ingerido pela menina. Encaminhamos tudo para um laboratório em Goiás e a análise do teor da bebida deve sair em 10 dias. Somente com este laudo em mãos vamos abrir o protocolo para confirmar a morte encefálica da paciente", explicou o médico.












