Jornalista preso por suspeita de extorsão tem prisão domiciliar negada e será levado para presídio

13/06/2020 10h19


Fonte G1 PI

Imagem: Gustavo Almeida/G1Tribunal de Justiça do Piauí (Imagem:Gustavo Almeida/G1)Tribunal de Justiça do Piauí 

O Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) negou o pedido de prisão domiciliar para o jornalista Arimateia Azevedo, preso nesta sexta-feira (12) por suspeita de crime de extorsão. A decisão é do juiz Valdemir Ferreira, da Central de Inquéritos, que decidiu encaminhar o profissional para o sistema prisional.

“Determino que o mesmo seja colocado em ambiente prisional adequado às suas peculiaridades e isolado dos demais presos”,
diz a decisão.

O magistrado também determinou que o portal em que o jornalista atua não faça publicações relacionadas à vítima, ao Greco e aos que trabalham no grupo, sob pena de multa de R$ 5 mil por dia de publicação.

"De modo a evitar a prática de outros crimes, como ameaça, calúnia e/ou difamação, extrapolando os limites da liberdade de imprensa, como forma de vingança pelas investigações do procedimento policial", afirma a decisão.
Imagem: Gustavo Almeida/G1Tribunal de Justiça do Piauí (Imagem:Gustavo Almeida/G1)Tribunal de Justiça do Piauí 

O professor de história da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) Francisco de Assis Barreto foi preso por suspeita de ter sido coautor do crime.

Justificativa
Para justificar a prisão preventiva, o juiz declarou que a materialidade do crime está presente nos autos de forma "bem clara e segura" e que o relatório da polícia apresentou prints de conversas entre a vítima e o jornalista. "A narrativa da vítima encontra apoio nas provas dos autos", destacou o magistrado.

"Os indícios de autoria dos acusados são mais do que suficientes, a meu ver são veementes", diz o juiz na decisão.

Desta forma, o juiz Valdemir Santso decidiu conceder o mandado: “estou convencido que a decretação da prisão preventiva se faz necessária para a garantia da ordem pública, eis que os elementos extraídos dos autos evidenciam a gravidade concreta da conduta e a periculosidade dos acusados”, declarou.

O juiz avaliou que o suspeito agia de forma fria e utilizava o poder do veículo de comunicação para “sem qualquer tipo de escrúpulo, ameaçar a vítima, caso esta não lhes entregasse as quantias indevidamente exigidas”.

A decisão diz ainda que o suspeitos extrapolou o direito à liberdade de imprensa, ofendeu a honra, a intimidade, a privacidade e a imagem de pessoas, “utilizando-se da liberdade de imprensa para obter lucro fácil através da prática de crimes”.

Prática habitual
O magistrado apontou para uma possível reincidência do jornalista no crime do qual ele é suspeito. "As investigações dão conta de que não é a primeira vez. Ao contrário, há fortes indicativos de que é prática habitual dos acusados, que parecem fazer dessa conduta sua forma usual de sobrevivência".

A decisão afirma que em consulta ao sistema eletrônico de processos do TJ-PI foi possível encontrar "diversos processos criminais" e citou casos de calúnia, injúria, difamação, ameaça e furtar caráter competitivo de processo licitatório.

Entenda o caso

O Greco investiga a suspeita de que Arimateia Azevedo tenha praticado extorsão qualificada contra um profissional liberal de Teresina. O jornalista foi preso preventivamente nesta sexta e a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão nas residências dele e do professor universitário suspeito de ser coautor do crime.

Os mandados foram cumpridos na sede do portal de notícias de propriedade do jornalista. Segundo o delegado Laércio Evangelista, do Greco, o jornalista teria cobrado a quantia de R$ 20 mil ao profissional liberal para que o portal de notícias parasse de divulgar matérias jornalísticas que o prejudicariam.

Conforme o Greco, o professor universitário teria, a mando do jornalista, ido ao encontro do profissional liberal para receber o dinheiro.

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Tópicos: crime, professor, jornalista