Feminicídios aumentam 35% no interior do Piauí e delegada diz que denúncias podem ajudar no combate

13/01/2020 14h30


Fonte G1 PI

Imagem: Divulgação/SSP-PISecretário de Segurança, Fábio Abreu, e delegada Anamelka Cadena.(Imagem:Divulgação/SSP-PI)Secretário de Segurança, Fábio Abreu, e delegada Anamelka Cadena.

A capital do Piauí registrou, de 2018 para 2019, uma redução de quase 45% nos feminicídios, segundo o Relatório de Criminalidade 2019, apresentado nesta segunda-feira (13) pela Secretaria de Segurança Pública. Já o interior do estado apresentou um aumento de 35% nos casos. Para a delegada Anamelka Cadena, do Núcleo de Feminicídio do estado, as mulheres precisam ser encorajadas a denunciar casos de violência para que a polícia possa prevenir os crimes contra a vida das vítimas.

Segundo a análise feita pela delegada, as ações de conscientização e enfrentamento à violência doméstica, executadas com mais força na capital, resultaram na redução significativa dos casos. Foram nove casos registrados em 2018 e quatro em 2019.

“Na capital, teve a diminuição, e vemos isso como consequência das ações desenvolvidas pela secretaria de forma preventiva, incluindo os trabalhos das delegadas da mulher. Temos os casos no interior e na capital com esse recorte de feminicídios íntimos, no âmbito familiar, sem registro qualquer de violência anterior. Os casos que chegam à policia, estão sendo evitados”,
declarou.

Segundo ela, parte do aumento dos casos registrados no interior - 17 em 2018 e 23 em 2019 - pode ser atribuída a uma melhor análise dos casos de mortes de mulheres, garantindo que os assassinos sejam punidos de forma qualificada. Isso porque o feminicídio consiste em uma qualificadora do homicídio, considerando a morte da mulher no âmbito doméstico ou em situação de desprezo à condição de mulher.

A delegada disse ainda que, diante dos dados, a secretaria deve desenvolver ações para qualificar as equipes das polícias militar e civil no interior. O trabalho deve ser feito, segundo ela, de forma humanizada e com uma escuta ativa das vítimas. O objetivo é encorajar as mulheres a denunciarem casos de violência, para que não cheguem a ser mortas por seus companheiros, os principais autores desses crimes.

“Essa é uma mensagem importante trazida por esses dados. De que é importante capilarizar os atendimentos, em especial as denuncias sigilosas, queremos reforçar e difundir essa ação, como o Salve Maria. Não necessariamente precisamos ter mais delegacias da mulher, mas uma equipe mais humanizada, com um planejamento estratégico focando na qualidade do atendimento de forma padronizada e eficaz, encorajando a buscar as unidades policiais, reduzindo as taxas”, explicou ela.

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Tópicos: casos, mulheres, delegada