Famílias protestam contra soltura de dois acusados de feminicídios em uma semana no Piauí

28/01/2020 14h50


Fonte G1 PI

Imagem: Dalyne Barbosa/G1Familiares protestam contra soltura de acusados de feminicídios em Teresina.(Imagem:Dalyne Barbosa/G1)Familiares protestam contra soltura de acusados de feminicídios em Teresina.

Familiares e amigos de mulheres vítimas de feminicídio se reuniram diante do Tribunal de Justiça, na manhã desta terça-feira (28), para se manifestar contra a soltura de dois suspeitos de feminicídio, postos em liberdade pela Justiça, nos últimos dias. O grupo afirmou que busca uma audiência com a presidência do tribunal.

O grupo protestou contra a soltura de Paulo Alves dos Santos Neto, acusado de matar a ex-namorada Aretha Dantas esfaqueada e atropelada no dia 15 de maio de 2018, posto em liberdade no dia 21 de janeiro de 2020, e de Francisco das Chagas Pinheiro, acusado de matar a facadas a esposa, Marlúcia da Conceição Jacob, de 43 anos, em junho de 2019.

Nas duas decisões, assinadas pelo mesmo juiz, o magistrado cita o artigo 412 do Código de Processo Penal, que determina que a prisão se torna ilegal se ultrapassar 90 dias sem que a Justiça decida quem tem competência para julgar o caso. Segundo os dois documentos, Paulo Alves ficou preso por 609 dias, e Francisco das Chagas ficou por 236 dias.

A administradora Cláudia Modesto, membro da Frente de Mulheres Contra o Feminicídio, questionou o artigo que soltou os dois acusados. “Esse artigo, que solta, ele serve para quem? Boa parte da população carcerária é de presos que roubaram celulares, carros, e estão presos há mais de 90 dias. Por que estes feminicidas, que cometeram crimes bárbaros, são soltos? Porque não existe julgamento, celeridade”, disse.

“É uma realidade triste para essas mulheres, que são vítimas de todo tipo de violência, física e psicológica, estão fazendo seus BOs, mas quando chega na justiça, ela para. Simplesmente, o processo para”, disse Cláudia Modesto.

Edson Carvalho Filho, o pai da enfermeira Vanessa Carvalho, também esteve no protesto. Vanessa Carvalho foi morta na saída de uma festa, na Zona Leste de Teresina, atropelada junto com a amiga Anuxa Alencar. O ex-namorado de Anuxa, Pablo Henrique Campos, foi preso no mesmo dia, suspeito de feminicídio.

“Como é que fica a minha família, a família dessas pessoas? Porque a Justiça não bateu na nossa porta, para saber como a gente está. Então ela está protegendo bandido?”,
questionou Edson.

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