Faltam medicamentos para pacientes graves da Covid-19 em hospitais públicos no PI, diz CRM

21/07/2020 18h25


Fonte G1

Imagem: ReproduçãoFaltam medicamentos para pacientes graves da Covid-19 em hospitais públicos no PI, diz CRM(Imagem:Reprodução)
 Um relatório feito pelo Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) aponta escassez de medicamentos para tratamento de pacientes graves com Covid-19 nos maiores hospitais públicos do Piauí. De acordo com o levantamento, as 32 medicações mais usadas em UTIs para pacientes com a infecção estão em falta nos estoques das unidades de saúde.

Procurada pelo G1, a Fundação Piauiense de Serviços Hospitalares (FEPISERH) afirmou, em nota, que realiza constantemente processos para a aquisição de medicamentos, mas que enfrenta dificuldade em razão da escassez de matéria prima na indústria. Leia a nota na íntegra ao fim dessa reportagem

A investigação do CRM indicou um desabastecimento generalizado de medicamentos sedativos, analgésicos, relaxantes musculares e de controle da pressão arterial. Em alguns casos a falta do remédio é ainda mais grave, como da noradrenalina, utilizado para normalizar a pressão arterial, estava com estoque zerado em três hospitais.

O Midazolam, sedativo utilizado em pacientes intubados, está em falta em quatro hospitais. Outros remédios que integram a lista são Dopamina, Fentanil, Atracurio, Rocurônio.

O desabastecimento foi verificado no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), no Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (UFPI), no Hospital Getúlio Vargas (HGV), no Hospital da Polícia Militar (HPM), no Hospital Infantil Lucidio Portela (Hilp), no Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella (IDTNP) e na Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER).

O levantamento do CRM diz que 11 tipos de medicamentos utilizados na UTI estão zerados no HGV. O diretor-geral da unidade de saúde, Gilberto Albuquerque, relatou que, além desses, outros remédios estão com baixo estoque.

“Analgésicos e sedativos nós temos um estoque bom. Nós não temos bloqueador neuromuscular e os vasopressores estão começando a faltar. Conseguimos Noradrenalina em grande quantidade, mas ainda faltam alguns que estão em falta no mercado e também conosco”, explicou.

O diretor-geral do HUT, Rodrigo Martins, afirmou que o hospital tem tido dificuldade de encontrar os medicamentos. "É um problema que já foi identificado há dois meses e que, infelizmente, estamos buscando essas medicações, mas não estamos encontrando em território nacional”, disse.

Esses remédios sempre foram utilizados nas UTIs e, com o surgimento da pandemia da Covid-19, o crescimento do número de leitos aumentou a demanda para a indústria farmacêutica. Por não estar conseguindo suprir a procura, alguns laboratórios alertaram sobre o problema e sugeriram medicamentos substitutos.

Com o prolongamento da pandemia, os médicos se preocupam que o problema se estenda também para esses outros medicamentos. “Fabricantes relatam que o estoque disponível para um ano foi usado em dois meses”, explicou o médico Bruno Ribeiro.

“A industria não está conseguindo acompanhar o ritmo de utilização dessas medicações. A preocupação é que a gente não sabe que dia, que mês, que a pandemia vai acabar, quando vai reduzir a demanda por esses fármacos, e com isso a gente corre o risco do desabastecimento até mesmo dos que estão sendo usados como substitutos”, completou o médico.


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