Ex-cabo do Exército é julgado por tentativa de homicídio na Banda Bandida

06/09/2018 13h12


Fonte CidadeVerde.com

Imagem: CidadeVerde.comClique para ampliarEx-cabo do Exército é julgado por tentativa de homicídio na Banda Bandida.(Imagem:CidadeVerde.com)

O ex-cabo do Exército, Wanderson Lima Fonseca, está sendo julgado pela tentativa de homicídio contra Paulo Roberto Rodrigues da Costa. O caso ocorreu em janeiro deste ano, na Banda Bandida, baile carnavalesco tradicional na Capital. A vítima foi a primeira a ser ouvida e chegou ao julgamento caminhando de muletas.

"Os dois [Wanderson e um amigo] estavam muito agitados. Esse amigo dele passou por mim e perguntou por que eu estava o encarando. Eu disse que não. Então, ele disse que era pra eu ter cuidado, senão ia me derrubar, que na gíria significa matar. Fui e dei um murro nele e o Wanderson me deu quatro tiros" , relatou a vítima que chegou a mostrar as cicatrizes aos jurados.

Durante interrogatório, Paulo relatou ainda que foi submetido a quatro cirurgias e, em decorrência dos tiros, caminha com dificuldades e não conseguiu retomar as atividades de trabalho normalmente. No momento, faz "bicos" como motorista de aplicativo.

O réu acompanha o julgamento, bem como familiares dele, que estão vestidos de branco. Após perder a farda de militar, Wanderson foi transferido para a Penitenciária Regional Irmão Guido, onde atualmente trabalha na cozinha do presídio.

Marcos Vinicius Brito, advogado de defesa, sustenta que o réu agiu em legítima defesa.

"Infelizmente, nesse país, se defender virou crime. Perguntei a suposta vítima por que ele não chamou os seguranças ao invés de esmurrar o amigo do Wanderson. Meu cliente é um ex-militar do Exército, faz a segurança patrimonial. Ele agiu por instinto. Um policial do Exército é treinado para atirar. Os amigos da vítima partiram para cima do Wanderson e houveram tiros de advertência, mas a vítima estava ensandecida e ele [réu] tinha o direito de defender sua vida", disse o advogado de defesa.

Marcos Vinicius argumenta ainda que Wanderson portava arma de fogo porque "as regras normativas do Exército não permitem que um militar deixe sua arma dentro de um carro. Meu cliente não poderia portar a arma, mas estava com ela pois vinha da casa da sogra, que era murada, e uma área de muita violência", argumenta o advogado de defesa acrescentando que a vítima responde a processo criminal por tráfico de drogas. "Isso está nos autos. Já meu cliente não responde a nada", completa.

O amigo de Wanderson citados pela vítima e pela defesa é Felipe Marques, conhecido como Peixe. Ele, que também foi preso suspeito de participação no mesmo crime, foi a primeira testemunhas a depor e, em vários momentos, apresentou versão diferente da vítima.

Quatro homens e três mulheres compõem o conselho de sentença. Ao todo, oito testemunhas, sendo quatro de defesa e quatro de acusação, serão interrogadas.

Promotor de Justiça sustenta a tese de tentativa de homicídio

Para Márcio Giorgi Carcará Rocha, promotor de Justiça, o ex-cabo do Exército tentou matar a vítima e ainda alvejou mais dois foliões.

"Foi tentativa de homicídio com algumas situações agravantes: motivo fútil, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e que resultou em perigo comum diante da quantidade de pessoas que estavam no evento. A tese defensiva não encontra abrigo nos autos. Percebe-se pelas testemunhas e vítimas que tanto o acusado quanto seus amigos foram efetivamente os causadores da confusão", sustenta o representante do Ministério Público.

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Tópicos: tentativa, defesa, amigo