Estudantes e professores denunciam que falta infraestrutura, professores e até biblioteca na Uespi

27/01/2023 09h20


Fonte G1 PI

Imagem: Reprodução /TV Clube  Sala de aula da Universidade Estadual do Piauí.(Imagem:Reprodução /TV Clube ) Sala de aula da Universidade Estadual do Piauí.

As reclamações sobre a falta de infraestrutura e de professores nos campi da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) continuam. Os estudantes e docentes denunciam que há equipamentos que não funcionam, disciplinas sem professores e obras paradas.

A jovem Rosana Mendes é estudante do campus do município de São Raimundo Nonato. Ela contou que a falta de professores impossibilita a formação de novas turmas e também a obtenção de bolsas de pesquisa e extensão.

“Nosso campus tem vários problemas estruturais, principalmente, a questão da falta de professores. O curso de geografia, por exemplo, não abre para outras turmas, o que impossibilita ter bolsas de pesquisa e extensão. Outro problema também é a estrutura nossa que é bastante prejudicada, estamos passando por uma pequena reforma, mas necessita de uma efetivação para vir receber nossos alunos com dignidade”,
afirmou.

Em Teresina, as reivindicações são semelhantes. Faltam infraestrutura, professores e também segurança, principalmente nos horários de pico no campus Pirajá, localizado na Zona Norte da Capital.

“Temos problemas de estruturas, salas que não estão bem, ares-condicionados que não funcionam, acessórios, tipo data show, tem sala que não tem mais. Muitos alunos são assaltados. Quando eu chegava na Uespi às 13h, que é um horário muito perigoso, não tem polícia, a polícia não faz ronda na universidade. Os meninos chegam nos horários de pico, ficam no relento, a mercê, não tem segurança em momento nenhum”,
comentou a discente Ana Paula.

No Pirajá existe ainda outro agravante: a falta de uma biblioteca central. Desde 2017, um prédio foi demolido para a construção de outro, mas a obra nunca avançou.
Imagem: Reprodução /TV Clube  Falta infraestrutura na Universidade Estadual do Piauí.(Imagem:Reprodução /TV Clube ) Falta infraestrutura na Universidade Estadual do Piauí.

“É um sentimento de abandono. A gente faz um curso, a gente precisa desse apoio, precisa disso, e a gente não tem. Como é que a gente é estudante de biblioteconomia, precisa de uma biblioteca, precisa estudar uma biblioteca, precisa fazer um estágio na biblioteca e a própria universidade não oferece isso pra gente? Isso não existe”,
disse a estudante de biblioteconomia, Rachel Brito.

De acordo com a coordenadora da Associação dos Docentes na Uespi, Lucineide Barros, a precariedade da infraestrutura é um problema histórico na instituição.

“As instalações da Uespi não foram projetadas para ser universidade. Nós só temos dois campi que foram construídos com essa finalidade específica, o de Picos e o de Oeiras. Os demais, eram uma escola da educação básica, era um mercado, como é o caso de Floriano, era uma pousada, era algum tipo de finalidade e não a de abrigar o ensino superior”,
explicou.
Imagem: Andrê Nascimento/ g1 PiauíUniversidade Estadual do Piauí (UESPI) - Campus Torquato Neto, em Teresina.(Imagem:Andrê Nascimento/ g1 Piauí)Universidade Estadual do Piauí (UESPI) - Campus Torquato Neto, em Teresina.

A professora destacou que os problemas da universidade não são resolvidos por o orçamento ser insuficiente e por não ser utilizado por completo.

“Nós temos, ano a ano, aprovado pela Assembleia Legislativa, iniciado em termo de preposição pelo Governo do Estado um orçamento que não cobre as necessidades da universidade, mesmo assim, apesar de não cobrir, ao chegar no final do ano, a gente não vê esse orçamento implementado, executado na íntegra. É preciso que o governador que está chegando venha à universidade, venha andar nos nossos corredores, conhecer as nossas instalações”,
declarou.

Entrevista com o reitor

O reitor da Uespi, Evandro Alberto de Sousa, em entrevista à TV Clube nesta quinta-feira (26), comentou as reclamações da comunidade acadêmica. Em relação à falta de infraestrutura, o gestor afirmou que as instalações passarão por reformas.

“Em relação à infraestrutura, nós conversamos com o governador Rafael, e está no plano de governo de Rafael de melhorar a infraestrutura da universidade. Nós estamos, inclusive, trabalhando na elaboração de seis projetos prontos para reformas dos campi do interior e da capital. A intenção é que a gente possa, de todas as unidades, nós estamos com equipes trabalhando, para que a gente possa apresentar isso ao governador Rafael, que garantiu que vai melhorar a estrutura. Nós trabalhamos muito para fazer a climatização de todas as salas da universidade, levamos carteiras novas”,
comentou.

Sobre a biblioteca central do campus Pirajá, em Teresina, Evandro Sousa informou que está em tramitação o procedimento para a construção do local.

“Nós tínhamos um projeto inicial que era pra fazer com uma PPP. O valor se alterou, saiu e R$ 1,4 milhão para R$ 2 milhão. Hoje esse processo está na CGE para fazer a análise da tabela de preços, em seguida, ele vai para a PGE para o controle finalístico de legalidade e, pois, ele vai à Sefaz para emissão de nota de reserva e, então, a gente inicia esse processo já de construção da biblioteca. Então, está segurado o valor de R$ 2.083.000,00 para a biblioteca”,
alegou.

Atualmente, a Uespi possui 146 disciplinas sem professores. O reitor assegurou que o problema será resolvido após a realização de um novo concurso para docente efetivo. A previsão é que o edital saia entre os meses de março e abril.

“Fizemos um seletivo que estava há cinco anos sem ter, que é o de professor substituto da Uespi. Nós fizemos, conseguimos colocar 300 professores, porque a lei permite, é 20%, então nós vamos fazer agora um concurso para efetivo, bom que se diga isso. Queremos lançar esse edital de março para abril para 85 professores. Com essa quantidade, a gente fecha, zera as disciplinas. Vai ter concurso de técnico também para 75 servidores”,
disse.