Especialista diz que mulheres são vítimas preferenciais de criminosos

11/12/2018 07h43


Fonte CidadeVerde.com

Imagem: CidadeVerde.comClique para ampliarProfessor Arnaldo Eugênio(Imagem:CidadeVerde.com)Professor Arnaldo Eugênio

O especialista em Segurança Pública, professor Arnaldo Eugênio, afirma que as mulheres são as vítimas preferenciais dos criminosos. Nos últimos dias vídeos registraram a ação de criminosos contra mulheres transeuntes em Teresina. Na terça-feira (04) uma advogada foi abordada por bandidos na zona Sudeste.

O especialista analisa que essa violência parte de outro processo anterior à criminalidade.

“Processo de vulnerabilização da mulher na sociedade brasileira. As mulheres estupradas são culpabilizadas pela sociedade por serem vítimas de crimes hediondos. Os criminosos percebendo esse tipo de comportamento da sociedade e da omissão do Estado passaram a ter mulheres como vítimas preferenciais”, pondera.

O especialista defende que a sociedade é cínica e hipócrita porque culpa as mulheres pelos crimes que elas sofrem. O professor também culpa o Estado por omissão na violência contra a mulher.

“A advogada foi assaltada e a OAB não fez uma nota. Os criminosos aproveitam dessa situação da gente viver em uma sociedade machista e sexista que coloca a mulher numa situação de vulnerabilidade e tornam essas mulheres vítimas de crimes oportunistas como assalto e roubo”, ressalta.

A professora da Ufpi, Lurdinha Nunes, é outra vítima recente da ação de criminosos. Ela teve a casa invadida na manhã do último domingo (02) por quatro bandidos.

A professora teve uma arma apontada na sua cabeça e afirma que teme ser vítima de violência porque é mulher e idosa.

“Nesse assalto quem foi abordado na porta foi meu filho, que é alto, forte, mas eu também me sinto muito mais vulnerável por ser idosa e mulher”,
disse Lurdinha.

Estatística de roubo

Imagem: Cidadeverde.comClique para ampliarDelegado Lucy Keiko(Imagem:Cidadeverde.com)Delegado Lucy Keiko

Dados do Núcleo de Estatística da Polícia Civil revelam que de janeiro a setembro deste ano houve 14.241 roubos em Teresina. Apesar de alto, o índice deste ano é 3,9% menor ao registrado em 2017: 14.696.

O novo delegado geral da Polícia Civil, Lucy Keiko, informou que houve uma redução nos roubos, mas os números ainda o incomodam. Uma das metas da sua gestão será diminuir ainda mais esses índices.

Para conseguir os objetivos, o delegado geral da Polícia Civil irá reforçar as estruturas dos distritos policiais.

"Houve um decréscimo, mas a quantidade incomoda. Vamos reforçar os distritos e as especializadas. Vamos reforçar a Dicap (Divisão de Capturas), nomeando um delegado específico dando autonomia para a Divisão. Vamos dar também o incremento na quantidade de policiais civis", ressalta Lucy Keiko.

O delegado também comentou os números relacionados a roubo de veículos. De janeiro a setembro de 2018 foram registrados 2.231 na capital. No mesmo período do ano passado foram 1.652.

"Houve um aumento no roubo, mas 35% desses veículos foram recuperados. É importante chamar a atenção para o registro de falso roubo e furto de veículos",
disse Lucy Keiko.