Enfermeiros e técnicos de enfermagem da rede estadual do Piauà iniciam greve
25/06/2020 14h29Fonte G1 PI
Categorias de profissionais de saúde, como enfermeiros e técnicos de enfermagem, da rede estadual de saúde do Piauí, decidiram iniciar uma greve por tempo indeterminado nesta quinta-feira (25). A categoria reivindica o cumprimento de acordos firmados na greve ainda de 2019 sobre reajustes salariais acumulados desde 2012, e o pagamento de adicional de insalubridade de 40% para todos os profissionais.O Governo do Estado, em nota, lamentou a decisão da categoria e informou que caso a greve se concretize, irá tomar medidas judiciais e administrativas para garantir o atendimento à população.
O secretário de governo Merlong Solano disse que não há como pagar o adicional de insalubridade exigido pela categoria, tanto por conta da queda na arrecadação do Estado, quanto por questões legais. “Estamos amarrados à lei que determina os percentuais de 5%, 10% e 20%, e esta está sendo cumprida”, disse.
A manifestação dos profissionais de saúde, mobilizada pelo Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Estado do Piauí (Senatepi), começou diante do Hospital Getúlio Vargas (HGV), por volta das 7h30, e seguiu com uma caminhada até o Palácio do Karnak, sede do governo estadual.
Por conta da greve, segundo Erick Ricelly, presidente do Senatepi, todos os serviços que não são de urgência e emergência oferecidos pelo estado devem sofrer redução de pessoal. “O atendimento nas áreas críticas não será prejudicado”, disse.
Imagem: Divulgação/ Senatepi
Representantes de categorias de profissionais da saúde se reuniram diante do Palácio de Karnak, no Centro de Teresina.
Representantes de categorias de profissionais da saúde se reuniram diante do Palácio de Karnak, no Centro de Teresina.Em entrevista ao G1, Erick Ricelly lamentou que o estado pague um teto de 20% de adicional de insalubridade. “Todos os municípios estão pagando 20% de adicional, Teresina paga 20%. E temos municípios se organizando para pagar 40%. Enquanto isso, o governo do Estado não paga nem 10%”, afirmou.
Ainda segundo o sindicalista, a categoria busca que o estado cumpra o plano de progressão e promoções dos enfermeiros firmado em acordo em 2016, e previsto na lei estadual Nº 6.201. A categoria estaria trabalhando ainda sob o regime anterior a 2016.
“Em 2019, fizemos uma greve para obrigar o estado a cumprir, e aceitamos que isso fosse parcelado em três vezes. E o estado não cumpriu nem a primeira. Então, não podemos começar uma negociação com promessas”, disse.
Leia abaixo a íntegra da nota do Governo do Estado do Piauí:
Nota
O Governo do Estado lamenta a decisão do Sindicato dos Enfermeiros de deflagrar uma greve em meio ao maior desafio de saúde pública dos últimos 100 anos. Tal decisão pode trazer prejuízos vitais para a sociedade. Ressaltamos que todos os profissionais estão com salários em dia, que o adicional de insalubridade é pago normalmente, conforme determina a legislação estadual, e que não há falta de EPIs em nenhuma unidade de saúde, não havendo, assim, motivos para paralisação.
Ressaltamos ainda que, caso o movimento se concretize, o Governo irá tomar as medidas cabíveis por meio judicial e administrativo para garantir o atendimento pleno da população.












