Em ofício, 13 governadores pedem adiamento de cirurgias eletivas por 2 meses

19/03/2021 14h28


Fonte G1 PI

Imagem: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDOLeito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) contra Covid-19 do Hospital de Campanha Ame Barradas, montado em Heliópolis, em São Paulo.(Imagem:MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO)Leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) contra Covid-19 do Hospital de Campanha Ame Barradas, montado em Heliópolis, em São Paulo.

Em ofício enviado ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da saúde, Eduardo Pazuello, 13 governadores de estados brasileiros pediram o adiamento de todas as cirurgias eletivas por pelo menos 60 dias.

O objetivo é tentar evitar o colapso do sistema de saúde brasileiro, sobrecarregado com pacientes com Covid-19. O Brasil teve nessa quinta (18) o vigésimo dia de recorde nas mortes pela doença: 2.096 em 24 horas. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmou na terça-feira (16) que o Brasil passa pelo "maior colapso sanitário e hospitalar da história", tendo 24 estados e o Distrito Federal com taxas de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do Sistema Único de Saúde (SUS) iguais ou superiores a 80%.
Imagem: G1Em ofício, 13 governadores pedem adiamento de cirurgias eletivas por 2 meses.(Imagem: G1)Em ofício, 13 governadores pedem adiamento de cirurgias eletivas por 2 meses.

Diante da situação, o documento foi enviado no dia 18 de março e nele os governadores pediram “o estabelecimento de conduta nacional referente ao adiamento, por no mínimo 60 dias, de todas as cirurgias eletivas, nos setores público e privado”.

Este foi um dos cinco pedidos feitos pelos governadores ao governo federal. Os demais se referem à necessidade de compra emergencial de medicamentos para entubação orotraqueal, fundamental em casos graves da Covid-19. A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) também já tinha enviado, nessa quinta-feira (18), ofício ao presidente e ao Ministério da Saúde pedindo "providências imediatas" sobre o assunto.

O chamado kit entubação - com medicamentos para anestesia, sedação e relaxamento muscular - está quase zerado em grande parte do país e pode não durar os próximos 20 dias.

"Em várias regiões há escassez no abastecimento de medicamentos, muitos tendo de zero a 20 dias no máximo de estoque e principalmente de analgésicos, anestésicos, bloqueador neuromuscular, ou seja, já são 18 estados que estão com dificuldade de bloqueador, que são essenciais para o atendimento de quem esta sendo tratado em UTI. O objetivo é garantir esses medicamentos para que não tenhamos um colapso dentro do colapso da rede hospitalar" disse o governador Wellington Dias, coordenador do Fórum Nacional de Governadores.

O Conselho Federal de Farmácia diz que vê com extrema preocupação a falta de medicamentos essenciais à qualidade da assistência e a manutenção da vida de pacientes em estado grave, com Covid e outras patologias, e reivindica das autoridades que todas as medidas possíveis sejam adotadas no sentido de garantir a imunização da população, o mais rápido possível.

Anvisa libera empresas sem registro para evitar desabastecimento
Imagem: Divulgação/SESBaixa nos estoques de medicamentos do chamado kit entubação levou governadores a pedir cancelamento de cirurgias.(Imagem:Divulgação/SES)Baixa nos estoques de medicamentos do chamado kit entubação levou governadores a pedir cancelamento de cirurgias.

Diante da crise de abastecimento dos remédios que compõe o chamado "kit entubação", a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou informou nesta sexta-feira (19) que até mesmo fornecedoras dos insumos ainda sem registro devem entrar em contato com o órgão.

Agência também pediu que empresas não pleiteiem neste momento registros que não vão ter impacto real e em curto prazo na oferta dos produtos solicitados.

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