Doação de órgãos: saiba como se tornar um doador e salvar vidas
27/09/2025 11h31Fonte Governo do PiauÃ
Imagem: Divulgação
Na fila do transplante do Piauí, 411 pacientes aguardam receber córnea e 508 esperam por um rim.
Na fila do transplante do Piauí, 411 pacientes aguardam receber córnea e 508 esperam por um rim.Para quem está na fila de espera do transplante, a doação chega através de um gesto simples: a manifestação do doador à sua família. Com o tema “Vida que Segue”, a campanha da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) busca, neste Setembro Verde, sensibilizar a todos sobre a importância dessa manifestação em vida.
Segundo a Central Estadual de Transplantes, atualmente, no Piauí, 411 pacientes aguardam um transplante de córnea e 508 esperam por um rim. “Para tornar-se doador de órgãos, a pessoa só precisa comunicar à sua família esse desejo ainda em vida. Um gesto simples que permite salvar aquelas pessoas que estão à espera de um órgão para viver”, explica Lourdes Veras, coordenadora da Central de Transplantes, ressaltando ainda a importância da campanha realizada durante todo este mês.
De acordo com a coordenadora, todo o procedimento de captação dos órgãos segue o regramento do Ministério da Saúde, que estabelece uma série de critérios e protocolos. Os doadores são, geralmente, pessoas que sofreram traumatismos (acidentes de trânsito, AVC ou vítimas de armas de fogo) e estão em diagnóstico de morte encefálica.
“A doação só acontece quando a família autoriza formalmente. Podem autorizar familiares em até segundo grau de parentesco, por meio de assinatura de termo de doação padronizado. Caso o doador seja menor de 18 anos, tem que ser assinado pelo pai e pela mãe ou por responsável legal. O termo é assinado no hospital, na presença de duas testemunhas com documentos comprovando o vínculo familiar. Após esse processo é que se inicia o trâmite clínico, com a coleta de sangue para exames pré-retirada”, afirma Lourdes Veras.
Imagem: Ascom Sesapi
Lourdes Veras, coordenadora estadual da Central de Transplantes do Piauí.
Lourdes Veras, coordenadora estadual da Central de Transplantes do Piauí.A captação dos órgãos precisa ser realizada em centro cirúrgico por profissionais treinados e credenciados pela rede do Ministério da Saúde. A equipe do Piauí fica localizada no Hospital Getúlio Vargas. “Quando há confirmação de doador, nossa equipe vai até o hospital em que ele está e levamos todo o material para realizar o procedimento. Esse hospital precisa ter uma Comissão Intra-hospitalar de Transplante dando suporte. Atualmente, temos equipe em Parnaíba e Teresina e pretendemos ampliar”, relata.
Podem ser doados órgãos como rins, coração, pulmões, fígado, pâncreas e também tecidos, como córneas, pele e ossos. A retirada de córnea pode ser realizada até seis horas após a parada cardíaca. Assim que são retirados, os órgãos são transplantados para os primeiros pacientes compatíveis que estão na lista única da Central de Transplantes. Todo o processo é controlado pelo Sistema Nacional de Transplantes e supervisionado pelo Ministério Público.
“É um procedimento totalmente fiscalizado, regulado e documentado. Neste Setembro Verde, nós buscamos ampliar essa sensibilização para que mais pessoas manifestem às suas famílias o desejo de doar os órgãos. É um gesto de amor ao próximo, de cidadania e de compaixão”, finaliza Lourdes Veras.
Manifestação em documentos
A pessoa que deseja ser doador (a) pode se valer de dois instrumentos legais para manifestar sua vontade: a carteira de identidade e a AEDO (Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos), disponibilizada pelo Conselho Nacional de Justiça e disponível em cartórios de todo o país. Porém, mesmo com a confirmação de doador manifestada nesses documentos, a doação só acontece se a família assinar a autorização.
Números
De janeiro a junho deste ano, o Piauí contabilizou 29 transplantes de rim, sendo três de doadores vivos e 26 de doadores falecidos, além de 154 transplantes de córnea realizados no mesmo período. No total, entre rins e córneas, foram feitos 183 transplantes, o que equivale a um crescimento de 71% em relação ao mesmo período de 2022, quando foram registrados 91 transplantes de córneas e 16 transplantes renais, totalizando 107 procedimentos.












