Diretor da Cadeia Pública de Altos é afastado após morte de 5 presos por infecção não identificada

28/05/2020 08h56


Fonte G1 PI

Imagem: Francisco Leal/CcomCadeia Pública de Altos(Imagem:Francisco Leal/Ccom)Cadeia Pública de Altos

A Secretaria de Justiça do Piauí (Sejus) afastou o diretor da Cadeia Pública de Altos, Antônio Vinicius da Silva, nesta quarta-feira (27). Agora, o responsável pela gestão do presídio é o agente penitenciário Enemésio Lima. A mudança do cargo foi feita após a morte de cinco presos por uma infecção não identificada.

Procurada pelo G1, a Sejus informou que não vai se manifestar sobre o motivo do afastamento do diretor.

A suspeita é que a doença responsável pela morte dos cinco presos e internação de 37 detentos, até a tarde desta quarta-feira (27), tenha sido causada pela água da unidade prisional, por isso o sistema hidráulico da cadeia recebeu uma limpeza.

A Defensoria Pública do Piauí (DPE) defende a soltura ou prisão domiciliar de presos enquanto o problema é resolvido. A Justiça determinou uma vistoria no local para tentar descobrir o que teria causado o adoecimento de tantos detentos.

Os primeiros detentos começaram a adoecer no início do mês e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) chegou a testá-los para Covid-19, por medida de segurança, mas os resultados foram negativos.

Água contaminada

A Sejus afirmou que foram realizadas a limpeza da caixa d’água e da tubulação do presídio, além da aplicação de dosador de placas de cloro no poço e sanitização no local. De acordo com o órgão, a partir de agora serão feitos monitoramentos semanais, com coleta e análises da água da unidade.

Conforme a primeira análise da Vigilância Ambiental da Sesapi após o trabalho, a água da cadeia já não oferece qualquer perigo de contaminação. "Observamos uma quantidade adequada de cloro, com PH ideal", disse o coordenador Antônio de Sá.

Segundo o coordenador, a presença do cloro indica que não há microrganismos na água e que, assim, não há qualquer possibilidade dela causar doenças às pessoas que a consomem.

De acordo com a Sejus, água mineral está sendo fornecida para o consumo dos detentos, servidores e confecção da alimentação enquanto investiga a possível causa da infecção.

Atendimento médico

Na cadeia foi estruturada uma enfermaria para atender os presos que tenham sintomas leves. Equipes de médicos plantonistas, infectologistas, enfermeiros e técnicos de enfermagem avaliam, diariamente, todos os internos do presídio.

Detentos que apresentarem sintomas graves recebem atendimento hospitalar. O Hospital Getúlio Vargas (HGV) disponibilizou uma ala com 20 leitos para receber os detentos doentes.

Exames para presos e servidores

O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado (Sinpoljuspi) pede que a Sejus realize testes e exames em todos os presos e policiais penais que tiveram algum sintoma de contaminação.

"Entendemos que é necessário fazer exames médicos em todos os presos, todos os policiais penais que tiveram sintomas, para se ter dimensão precisa do tamanho do problema, senão todos os dias podem surgir presos com sintomas",
declarou um dos diretores do Sindicato, Vilobaldo Carvalho.

O diretor de Assistência Militar da Sejus, coronel Luís Antônio Pitombeira, informou que uma frente de trabalho composta pela Sejus, Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi), Vigilância Sanitária e pela construtora responsável pela obra da CPA trabalham para resolver a situação.

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Tópicos: sintomas, detentos, cadeia