Dia do Nordestino: patrimônio cultural brasileiro, repente é arte de rima e improviso

07/10/2023 20h11

Fonte G1 PI

Neste domingo (8) é celebrado o Dia do Nordestino e o Piauí de Riquezas deste sábado (7) foi até a Casa do Cantador, na Zona Sul de Teresina, para conhecer mais sobre a cultura do repentista. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconheceu a prática como patrimônio cultural do Brasil em 2021.

Repentista há mais de 20 anos, Zé Carlos, aprendeu o ofício com a família. Sua tia era poeta e seu pai cantador, outro nome para repentista.

Zé Carlos e Antônio Raimundo são uma dupla de repentistas, eles estão entre os 150 associados da Casa do Cantador - Associação dos Violeiros e Poetas Populares do Piauí (Avipop), que há 40 anos preserva essa parte da cultura.

"É uma forma que expressa fácil, pela técnica que se usa, a questão da métrica, rima perfeita. E fica fácil de entender pela leitura, no caso, o que é cantoria, repente, que pode virar cordel. Pra quem quiser entender é só transformar o que escuta em cordel", explica Antônio, que faz repente há mais de três décadas.

Em 2021, o repente foi considerado patrimônio cultural brasileiro, essa arte é baseada na improvisação de estrofes sobre os mais variados assuntos que tem como fundamento verso e rima. Geralmente, desenvolvido por dois cantores, dialogando, um com o outro, acompanhados por violas.

Para o mestre do cordel, Joaquim Mendes, conhecido como Joames, o valor do cordel está em transmitir uma mensagem de forma que qualquer pessoa entenda.

"O cordel veio para o Brasil por meio dos portugueses e chegando aqui no Nordeste, na época da colonização, ele se tornou muito praticado nas fazendas, vilas, senzalas, como forma de entretenimento. A literatura de cordel, a característica é uma linguagem simples, correta, da forma que todas as pessoas compreendam", explica o cordelista.

O mestre Joames, fez uma homenagem ao Piauí de Riquezas em formato de cordel, confira:

O Piauí de Riquezas vem cumprindo seu papel
Já divulgou para o mundo, nossa cajuína e o mel
O que se faz ou se fez
Agora chegou a vez do repente e cordel