Denúncia de sequestro de bebê tem indícios de homicídio com ocultação de cadáver, diz delegado

18/02/2022 11h17


Fonte G1 PI

Imagem: Reprodução/TV ClubePolícia investiga desaparecimento de Wesley Carvalho Ferreira em Teresina; família faz denúncia um mês após suposto sequestro.(Imagem:Reprodução/TV Clube)Polícia investiga desaparecimento de Wesley Carvalho Ferreira em Teresina; família faz denúncia um mês após suposto sequestro.

O delegado Matheus Zanatta, gerente de polícia especializada, da Polícia Civil do Piauí, informou que a principal hipótese para o sumiço do bebê Wesley Carvalho Ferreira, de um ano e dez meses, é de homicídio com ocultação de cadáver. Ele disse que o que chamou atenção dos policiais foi o fato de o caso ser denunciado quase dois meses após o fato.

"Foi registrado em fevereiro o boletim de ocorrência, pela tia da criança, dizendo que tinha sido sequestrada em 29 de dezembro de 2021. O fato chamou muita atenção porque os pais nunca registraram, só em fevereiro, pela tia",
disse.

Diante das provas colhidas e dos depoimentos, o delegado disse que a suspeita é de que a criança tenha sido assassinada e o corpo foi escondido. Ele não indicou se os pais seriam os principais suspeitos do possível crime.

"Podemos representar por medidas cautelares que talvez sejam necessárias para fechamento do inquérito policial e não tenho duvidas de que a policia vai dar resultado a esse caso. O BO foi feito como sequestro, mas trabalhamos com outras hipóteses, como homicídio com ocultação de cadáver", declarou Zanatta.

Questionado, o delegado não detalhou quais seriam as medidas cautelares. Ele disse ainda que, diante disso, perícias foram feitas no local onde os pais moravam antes do desaparecimento da criança, em uma localidade do município de Altos, a cerca de 40 km de Teresina.

Caso sob investigação

A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) está responsável pelo caso. Segundo a mãe do menino, ele foi sequestrado no Centro de Teresina em 29 de dezembro de 2021. A denúncia foi realizada na última quarta-feira (9).

Na primeira entrevista à imprensa, feita à TV Clube, a mãe de Wesley, uma dona de casa que preferiu não se identificar, relatou que ela, o marido e o menino estavam na Praça da Bandeira, em Teresina, quando foram abordados por dois homens encapuzados, por volta das 6h, início da manhã.

“Nós vimos dois bandidos vindo em direção a nós. E foi (sic) logo dizendo passa a criança, aí nós ficamos sem reação. Olhamos pro lado e pro outro sem falar nada, eles ameaçaram se fazer algum pio, nós mata (sic) vocês três".

“As pessoas que estavam andando viram, pararam pra ver. Mas não fizeram nada também, não tinham atitude pra fazer alguma coisa", contou a mãe.

Segundo a mulher, o casal não denunciou o crime com rapidez porque estavam sendo ameaçado pelos criminosos. A dona de casa também não compartilhou a história com familiares, pois estaria com medo da reação.

“Se eu falar pra ela [irmã], ela vai me botar na cadeia. Se eu falar essa notícia, ela vai ligar pra polícia vir aqui pegar todo mundo”, disse a mãe de Wesley.

Família questionou demora para denunciar

A tia da criança, a atendente Maria do Socorro Costa, não entende a demora da irmã e do cunhado em denunciar o desaparecimento do filho. A mulher conta que por meses não esteve em contato com o casal e só soube da notícia quando foi à casa em que eles moravam. Quando chegou, eles não residiam mais no local.

“[Eu disse] Fez o boletim de ocorrência?, [ela respondeu] não, aí eu me desesperei, por que vocês (sic) não me avisou? No mesmo dia tinha que avisar, são dois meses. Aí eu nem pensei, só peguei ela, os documentos dela, levei a sogra dela junto e fomos pra delegacia do Centro, como foi lá”.

“Quando cheguei, fui orientada pelo escrivão, tem que ser na delegacia da criança e do adolescente. Nós prestamos o B.O. Como faz muito tempo, ele falou que vai pegar esclarecimento com o marido dela, mais informações. Como ela tava nervosa, tem alguns fatos que ela não se lembra, pra poder fazer as investigações”, completou.

Início das investigações

Ao g1, a delegada Lucivânia Vidal confirmou que o caso está sendo acompanhado pela DPCA e o responsável pelas investigações é o delegado Antônio Barbosa.

"O sequestro teria acontecido há um tempo, no final do ano passado. Mas a família só fez a denúncia na semana passada. A DPCA está colhendo todas as informações necessárias para ter respostas", informou.


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