Corpo de operário morto em desabamento chega ao Piauí e irmã faz desabafo

24/04/2016 08h04


Fonte Cidadeverde.com

"Nossa família foi destruída", foi assim que, aos prantos, Luzia Soares, irmã do pedreiro Antônio Soares Nascimento desabafou a morte do irmão no desabamento de um prédio na Vila Olímpia, zona Sul de São Paulo na sexta-feira (22). O operário morreu e outras cinco pessoas ficaram feridas.

"Nossa família está destruída. Não sabemos nem o que pensar a gente está num momento muito difícil agora, estamos aguardando a chegada do corpo e não sabemos o que vai ser daqui pra frente",
disse Luzia.

A chegada do corpo estava prevista para a noite de sábado (23) no Aeroporto Senador Petrônio Portela de onde seguiu direto para o município de Boa Hora, a 147 km da capital, onde será velado e enterrado por familiares e amigos.

Imagem: Cidadeverde.comCorpo de operário morto em desabamento chega ao Piauí e irmã faz desabafo.(Imagem:Cidadeverde.com)

Valdir Soares, primo de Antônio, era seu vizinho no bairro Vila do Sol, na zona Sul de São Paulo, e revela que o operário trabalhava na obra que desabou há apenas duas semanas. O pedreiro morava há 20 anos na capital Paulista e estava casado e com um filho de apenas sete anos. Antônio tem outros três filhos do seu primeiro casamento, que vivem em Boa Hora e sua atual esposa e seu filho mais novo.

"Ele sempre trabalhou nessa área de construção e todos gostavam dele. Não é porque a pessoa morreu que devemos falar bem, mas é que Antônio era um homem muito bom, além de primos, éramos muito amigos e como morávamos vizinhos fazíamos tudo juntos no comércio dele",
contou Valdir.

O local em que Antônio trabalhava, era um estande de vendas da obra de um prédio em construção. O estande tinha dois andares e um apartamento decorado para mostras às pessoas interessadas em comprar o imóvel. O empreendimento de alto luxo terá unidades de 275 a 592 m², com valor médio de R$ 6,9 milhões a R$ 10 milhões. A Cyrela, responsável pela obra, disse que o estande de vendas foi desativado na última quarta-feira e que as obras do prédio não começaram.

A Defesa Civil de São Paulo ainda não sabe informar as causas do acidente e diz que, a príncipio, a obra era regular. "Não temos ideia do que provocou este colapso nesta estrutura, estamos aguardando os responsáveis da empresa que estava executando a reforma, o estande estava passando por uma reforma, então estamos esperando os encarregados, os engenheiros com as autorizações e os alvarás do projeto para que a gente possa ter uma ideia de uma possível causa", disse Milton Roberto Persoli, coordenador da Defesa Civil.

A Cyrela informou, por meio de nota, que o estande estava desativado e que presta solidariedade às vítimas.

"A Cyrela e a ICR Construção Racionais lamentam profundamente o ocorrido na data de hoje, esclarecendo que o estande de vendas estava desativado desde a última quarta-feira. As empresas informam que estão prestando toda assistência às vítimas e suas famílias, bem como estão auxiliando as autoridades na investigação dos fatos", diz a nota.

Prefeitura

A prefeitura de Boa Hora também ofereceu assistência à família para fazer o translado de familiares e o transporte até a capital para acompanhar a chegada do corpo, mas a própria família o providenciou.

De acordo com o vice-prefeito Domingos Coelho, o poder executivo prestará toda a assistência necessária aos familiares por conta do acidente. "É uma grande tragédia e nos solidarizamos com a dor dessa famíli", lamentou o vice-prefeito.

O velório de Antônio acontece na própria casa da família e o enterro no cemitério municipal de Boa Hora.

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Tópicos: corpo, obra, familiares