Constantes assaltos assustam frentistas e 700 deixam emprego no PI

10/06/2014 09h22


Fonte G1 PI

Imagem: G1 PIClique para ampliarEmpregados denunciam desconto de salário nos valores levados nos assaltos.(Imagem:G1 PI)

O mercado para frentistas está cada vez mais difícil no Piauí. O motivo seria os constantes assaltos aos postos de combustíveis. De acordo com a Federação Nacional dos Frentistas, nos últimos três anos mais de 700 frentistas no Piauí já deixaram o emprego com medo da violência.

Só em uma rede responsável por 10 postos de combustíveis em Teresina foi assaltada 300 vezes durante um ano e meio. Para o proprietário dos estabelecimentos, Alexandre Valença, pior do que a estatística é a falta de soluções. O empresário coleciona boletins de ocorrência, mas diz que a polícia não teve interesse nem em acessar as imagens do circuito interno para identificar os assaltantes.

"Praticamente 100% dos postos têm sistema interno de câmera. Toda vez que registramos o boletim as imagens são oferecidas, mas nunca apareceu nenhum policial para assistir", destacou.

Nas imagens cedidas pelo proprietário do posto mostram frentistas sendo agredidos e até espancados. Um ex-frentista, que não quis se identificar, contou ter pensado na família para decidir mudar de profissão. "Eu não pretendo mais voltar para o posto, porque a gente sai e não sabe se vai voltar. Porque é assalto direto", disse.

Outra vítima de assalto denunciou que donos dos postos chegam a descontar nos salários dos frentistas os valores levados pelos criminosos. Esta prática passou a ser fiscalizada pela Federação Nacional dos Empregados em Postos de Combustíveis e já foi constatada em quase 400 estabelecimentos da capital, além de ser denunciada ao Ministério do Trabalho.

"Não é justo. O trabalhador sai de casa e não sabe se volta. Da maneira que está não tem condição. Hoje 25% da categoria nossa está emigrando, saindo porque não consegue mais pagar tanto assalto", contou o presidente do Sindicato dos Empregados, Sebastião Oliveira.

O delegado James Guerra informou que este ano mais de 1500 prisões já foram feitas. Ninguém da Superitendência Regional do Trabalho foi encontrado para falar sobre as fiscalizações.

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Tópicos: postos, assalto, frentistas