Cartórios do Piauí são alvo de operação da Polícia Federal que investiga fraude em saques de precató

12/02/2020 14h39


Fonte G1 PI

Imagem: Ellyo Teixeira/ G1 PISede da superintendência da Polícia Federal em Teresina - Piauí.(Imagem:Ellyo Teixeira/ G1 PI)Sede da superintendência da Polícia Federal em Teresina - Piauí.

Cartórios localizados em três cidades do Piauí foram alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal nesta quarta-feira (12). Os cartórios estão localizados nas cidades de Teresina, Porto e Nossa Senhora dos Remédios. Os policiais federais executam nesta manhã a operação Eliazar, que investiga um esquema de falsificação de precatórios.

Ao todo foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão no Piauí, Maranhão, São Paulo e Santa Catarina. Os policiais buscam ainda prender uma pessoa no estado do Maranhão, mas até o momento o alvo permanece foragido.

Também foram expedidas duas medidas cautelares diversas da prisão contra servidores da Caixa Econômica Federal, que também sofreram o bloqueio de suas contas e sequestro de bens.

Os investigados poderão ser indiciados pela prática dos crimes de organização criminosa, estelionato majorado, violação de sigilo funcional e lavagem de dinheiro.

Precatórios são ordens de pagamento de determinada quantia a que a Fazenda Pública foi condenada em processo judicial, para valores totais acima de 60 salários mínimos por beneficiário.

Como o esquema funcionava

A investigação teve início após a identificação de um saque de precatório fraudulento em Capivari de Baixo, em Santa Catarina. De acordo com a investigação da Polícia Federal, o esquema teria participação de funcionários da Caixa Econômica Federal, que tinham informações privilegiadas para localizar os precatórios com valores disponíveis para saques. O esquema pode ter participação ainda de funcionários de cartórios, que produziam documentos falsos para o saque dos precatórios.

Depois as informações eram repassadas para os membros da quadrilha, que falsificavam documentos de pessoas para que os valores fossem sacados. Os documentos falsos foram obtidos em cartórios de vários estados, mas principalmente no Piauí e no Maranhão.

No Piauí, os mandados de busca foram cumpridos tanto em cartórios como nas casa de serventuários desses cartórios. O objetivo da PF é, de posse de documentos obtidos durante as buscas, investigar a possível participação dessas pessoas na obtenção dos documentos falsos, ou se os serventuários foram induzidos a erro pelos membros da organização criminosa.

Com os documentos e os precatórios em mãos, os criminosos contratavam advogados para que eles realizassem os saques dos valores. Os advogados também são investigados, sob suspeita de terem participado do esquema ou se omitido diante da possibilidade de participar da fraude, já que recebiam 10% dos valores dos saques.

Após os saques, os criminosos faziam várias movimentações financeiras para dificultar a identificação das pessoas que ficavam com o dinheiro. Até o momento, a Polícia Federal identificou fraudes que somam quase R$ 2 milhões em prejuízos aos cofres públicos.

Informações obtidas pela Caixa Econômica Federal, que participou da investigação junto com a Polícia Federal, apontam que os criminosos fizeram levantamentos de precatórios no Piauí, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Amazonas.


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Tópicos: mandados, criminosos, saques