Atividades extracurriculares contribuem para desenvolvimento de alunos de escolas de tempo integral

19/04/2024 09h18

Fonte G1 PI

O estudante piauiense Alan Ferreira, do Centro de Ensino em Tempo Integral (CETI) Cônego Cardoso, em Castelo do Piauí, a 190 km de Teresina, desenvolveu, como atividade extracurricular, um sistema movido a energia limpa para reaproveitar a água gerada pelos aparelhos de ar-condicionado.

A ideia saiu do papel graças a uma parceria com a escola, um celeiro de talentos que não passam despercebidos pelo olhar atento dos professores. O apoio dos educadores começou na sala de aula e deu origem ao Centro de Ciências Humanas (CCH), um coletivo juvenil liderado pelos alunos.

“Eu já gostava desses conteúdos, desse tipo de conhecimento, e passei a conversar com os professores. Eles me apoiaram, a direção também, e estamos concluindo [o sistema de energia limpa] neste ano”, conta Alan.

No CCH, os estudantes trabalham com questões de relevância social e cidadania, fortalecendo estes conceitos para que os colegas deixem a escola e contribuam para a sociedade como cidadãos ativos.

“Aqui procuramos acolher todos os estudantes, especialmente os que possuem necessidades especiais. Tem uma aluna que não tinha como vir porque o transporte municipal estava com problemas. Eu mesma a trazia para cá, e depois a deixava em casa. Isso faz a diferença no dia-a-dia de uma escola”, comenta a diretora da unidade, Socorro Soares.

Teoria e prática unidas

Todos os dias, mais de 400 alunos atravessam o portão do CETI Professora Júlia Nunes, na Zona Sudeste de Teresina. A escola foi reformada e entregue à comunidade no fim de 2023. Para ser diferente, prática e teoria precisam fazer parte do currículo: assim nascem as atividades extracurriculares:

No laboratório de química e física, por exemplo, os futuros cientistas testam conhecimentos com a "mão na massa".

Pelo segundo ano consecutivo, a banda estudantil ofereceu e preencheu mais de 20 vagas para estudantes que queriam aprender a tocar um novo instrumento. Já na capoeira, os mais tímidos equilibram o corpo e a mente.

“Muitos alunos que têm dificuldade de comunicação melhoram muito, com o passar do tempo, a partir da habilidade física. A resposta é muito rápida: entre seis meses e um ano, vemos uma grande diferença no retorno social. Eles se integram com mais facilidade e ficam mais receptivos”, destaca o professor de capoeira Francisco Martins.

Experiência e representatividade

No coração do CETI Solange Viana, na Zona Sul de Teresina, uma equipe de educadores cria, planeja e executa o trabalho da coordenação pedagógica para o ano letivo de 2024. Há doze anos, a escola foi uma das primeiras a aderir ao modelo de educação em tempo integral no Piauí.

Atualmente, a escola recebe cerca de 400 estudantes da região do Promorar e carrega na bagagem mais de 20 projetos extracurriculares. Todas as turmas contam com um líder estudantil, que participa das atividades dentro e fora de sala de aula e integra uma estrutura de ensino que não se sustenta sem a união de todos.

“Todo o mundo sempre quer entrar de cabeça em uma atividade nova. A gente se envolve e se entrega bastante para conseguir desempenhar o melhor papel possível”, aponta o líder estudantil Luiz Joaquim Soares.

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