Aretha diz em mensagem que denunciou ex-namorado: "ele tem que aprender"

23/05/2018 08h10

Fonte Cidadeverde.com

Mensagem obtida pela TV Cidade Verde mostra que a cabeleireira Aretha Dantas, que foi morta esfaqueada e atropelada, teria procurado a delegacia da Mulher para denunciar o ex-namorado no dia 20 de abril deste ano.

A mensagem enviada para a irmã via celular pelo WhatsApp era uma espécie de desabafo: "ele tem que aprender para não fazer mais com mulher nenhuma", dizia a mensagem de Aretha.

A cabeleireira informa ainda na mensagem que procurou a delegacia para denunciar que o ex-namorado tinha quebrado vários objetos em sua residência. Ela relata que a delegacia estava em greve, mas não diz se registrou ou não Boletim de Ocorrência. Ela revela apenas que falou com uma "doutora", supostamente uma delegada ou funcionária do distrito.

"Aí expliquei tudo para a doutora.Ela disse que configura crime de danos", diz a mensagem.

Aline Dantas, irmã de Aretha, contou ao Cidadeverde.com que ela nunca relatou para a família que era agredida. "Ela aparecia com manchas pelo corpo, mas desconfiávamos que era agressão dele, no entanto ela sempre escondia".

Segundo Aline, na última briga entre eles que ela tomou conhecimento, o ex-namorado quebrou objetos pessoais de Aretha como óculos, perfume e aparelho celular. A briga teria ocorrido na residência onde viviam no bairro Parque Poty. Eles moraram lá por cerca de cinco meses.

Eu não sei se teria jeito

Para a irmã, se realmente Aretha tivesse registrado um BO na delegacia, o crime poderia ter sido evitado, ela disse que não sabe.

"Eu não sei se teria impedido o crime, ele tem esse jeito de louco, um psicopata, não sei se ela tivesse registrado um BO na delegacia evitaria qualquer investida dele ou se ele ficaria mais revoltado. Ninguém sabe", disse a irmã.

Sem comprovação

Segundo o delegado geral, Riedel Batista, não existe nenhuma comprovação de que Aretha procurou a Delegacia da Mulher ou outro distrito na cidade.

"Nunca houve negativa por parte da delegacia da Mulher de registrar boletim de ocorrência, inclusive a orientação do Sindicato é que violência contra a mulher, contra criança e adolescente, e outros temas como homicídio são atendidos durante a greve, além disso tem a Central de Flagrante de Gênero com uma delegada trabalhando 24 horas".

Riedel ressalta ainda que a Polícia Civil adotou todas as providências para a elucidação do crime e para a prisão do suspeito.