Após rebelião, Sejus pode transferir detentos da Casa de Custódia

15/12/2015 08h54


Fonte G1PI

Chegou ao fim por volta das 13h desta segunda-feira (14), a rebelião dos presos da Casa de Custódia. A direção da unidade prisional informou que apenas um presidiário ficou ferido durante as 10 horas de rebelião. Segundo a Secretaria de Justiça do Estado do Piauí (Sejus) esta é a primeira grande rebelião nas unidades prisionais do estado em 2015.

Imagem: Gustavo Almeida/G1Mais de 200 policiais foram precisos para controlar a rebelião.(Imagem:Gustavo Almeida/G1)Mais de 200 policiais foram precisos para controlar a rebelião.

Ainda no início da tarde, a Polícia iniciou o processo de contagem dos presos e a apuração dos danos ao patrimônio da penitenciária, o que durou a tarde inteira. A Sejus informou que a rebelião envolveu os pavilhões B, C, D, E, F, G e H. Apenas o pavilhão A e a zona de triagem ficaram fora da rebelião. O órgão contou também que antes de ter sido deflagrada a rebelião, aconteceu uma tentativa de fuga no pavilhão H, que foi abortada pelos agentes penitenciários.


Imagem: Gustavo Almeida/G1Clique para ampliarForam mais de 800 presos rebelados em sete dos oito pavilhões.(Imagem:Gustavo Almeida/G1)Foram mais de 800 presos rebelados em sete dos oito pavilhões.
A Secretaria de Justiça chegou a afirmar que não há razões aparentes para que a rebelião tenha ocorrido e prometeu investigar o que motivou o movimento de protesto dos presos. Segundo Kleiton Holanda, presidente do Sinpoljuspi, ainda nesta segunda-feira (14), pode ser decidido a necessidade de transferências de alguns presos para outras unidades prisionais do Piauí.

O único detento ferido foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Do lado de fora, mesmo quando encerrada a rebelião, familiares dos presos ainda ficaram na porta da penitenciária aguardando informações sobre os detentos.

Estiveram envolvidos para controlar os mais de 800 presidiários rebelados mais de 200 militares do Bope, Rone, Força Tática da PM, Tropa de Choque, Comando de Operações Policiais, Corpo de Bombeiros, agentes penitenciários, além de equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Tensão e protestos

Do lado de fora da Casa de Custódia o clima era de tensão. Por ser dia de visitas, familiares dos presos ficaram apreensivos ao ouvir disparos dentro da unidade prisional. Muitas mulheres chegaram a desmaiar na porta do presídio.

Imagem: Gustavo Almeida/G1Mulher desmaiou durante rebelião na Casa de Custódia em Teresina.(Imagem:Gustavo Almeida/G1)Mulher desmaiou durante rebelião na Casa de Custódia em Teresina.

Por conta disso, dezenas de pessoas realizaram uma manifestação na BR-316 e resolveram fazer uma barricada o que interrompeu um trecho da via e ocasionou grande congestionamento em uma das saídas da capital piauiense.

Uma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi acionada e no local liberou a via por volta das 11h.

Greve Ilegal

A rebelião foi deflagrada no mesmo dia em que os agentes penitenciários iniciaram um movimento grevista. Ainda no início da manhã, o Tribunal de Justiça (TJ) decretou a ilegalidade da greve. O decreto foi assinado pelo desembargador Francisco Lopes, porque o movimento poderia causar transtornos e insegurança para a sociedade, como disse a Sejus.

Imagem: Catarina Costa/G1Clique para ampliarKleiton Holanda, diretor do Sinpouljuspi, garante que greve continuará.(Imagem:Catarina Costa/G1)Kleiton Holanda, diretor do Sinpouljuspi, garante que greve continuará.
O órgão, por sua vez, informou ainda que não havia motivos para os agentes deflagrem greve frente aos benefícios concedidos à categoria neste ano. Em contrapartida, o Sinpoljuspi informou que os agentes não se sentirão intimidados com a decisão.

Dentre os benefícios que a Sejus informou ter oferecido aos agentes em 2015 estão: aumento de 12,5% nos subsídios, implantação da insalubridade, promoção de 51 agentes, aumento de quase 150% no auxílio-refeição e o anúncio de um concurso público.

O Sinpoljuspi informou que vai recorrer da decisão e decidiu manter o movimento grevista por tempo indeterminado e disse ainda que a greve é legal porque o governo do estado não cumpriu com o acordo firmado com a categoria.

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