Após donos de postos atribuírem aumento na gasolina à Guerra na Ucrânia, sindicato nega

25/02/2022 11h28

Fonte G1 PI

O presidente do Sindicato dos donos de Postos de Combustíveis do Piauí (Sindipostos), o empresário Alexandre Valença, negou que o último aumento no preço dos combustíveis tenha relação com a Guerra na Ucrânia. Na quinta-feira (24), condutores foram surpreendidos com o litro da gasolina custando acima de R$ 7,35 e alguns donos de postos disseram ao g1 que a invasão russa teria feito o preço subir.

Nesta sexta-feira (25), o presidente do Sindipostos afirmou que o reajuste aconteceu, na verdade, devido a oscilações no valor do dólar que ocorreram nos últimos meses, e que os postos do Piauí dependem mais do combustível importado do que do que é produzido pela Petrobras.

“O problema é que o dólar sim tem repercussão em cima do preço do combustível. Mas não foi a questão só da Ucrânia. Antes da discutir o conflito, o barril de petróleo saiu de US$ 68 para US$99”, disse o Alexandre Valença.

Contudo, o presidente do Sindipostos reconheceu que a invasão russa à Ucrânia deve sim fazer com que o preço dos combustíveis suba ainda mais no Piauí, nos próximos dias.

“Depois que explodiu o conflito é que ele [preço do barril de petróleo] foi pra cento e cinco dólares. Isso não repercutiu ainda. Acredito que ainda vai haver, porque o dólar voltou a subir e acho que deve repercutir, mas o que está se vendo não é coisa desse conflito. É coisa anterior”, disse.

Fiscalização do Procon

Nesta sexta, o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/MPPI) deve fiscalizar os preços dos combustíveis em postos de todas as zonas de Teresina.

Segundo o chefe de fiscalização do Procon, Arimatea Arêa Leão, o objetivo é verificar se os postos estão praticando uma margem de lucro abusiva sobre os consumidores.

"A metodologia do Procon é verificar as últimas notas fiscais, o preço de entrada e saída, e ver através de documentos a justificativa dessa elevação. Exigindo do posto justificativa. A justificativa por parte dos donos dos postos é de que estavam com lucro menor e resolveram aumentar", explicou.

Ainda segundo Arimatea, a maioria dos postos da capital aumentaram os preços simultaneamente, mas, até o momento, não há indicação de prática de cartel.