Apenas uma a cada dez vítimas de feminicídio tinham medida protetiva no Piauí em 2022

05/06/2023 16h35

Fonte G1 PI

O número de feminicídios cresceu 44% no Piauí, nos quatro primeiros meses de 2023. Dados apontam que uma a cada 10 vítimas do crime tinham feito denúncia à Polícia. Em 2022, das 24 mulheres mortas, somente 3 possuíam medida protetiva.

O número de feminicídios cresceu 44% no Piauí, nos quatro primeiros meses de 2023. Dados apontam que uma a cada 10 vítimas do crime tinham feito denúncia à Polícia. Em 2022, das 24 mulheres mortas, somente 3 possuíam medida protetiva.

De acordo com o secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, as mulheres devem denunciar o agressor no primeiro ato de violência.

“Temos que conscientizar as pessoas, principalmente as mulheres, que diante da primeira agressão, elas comuniquem a autoridade policial”, declarou Chico Lucas.

Conforme Eugênia Vila, delegada de polícia e doutora em direito e políticas públicas, em metade dos casos registrados no Estado, parentes, vizinhos e amigos sabiam da violência contra a vítima, mas não prestaram nenhuma queixa.

“Quando nós vamos conversar com a família, todas eles já sabiam das violências anteriores. Vizinhos também sabiam de agressões anteriores. Por que foram silenciados? Porque a sociedade tolera e naturaliza essa violência", apontou Eugênia.

Com o crescimento dos casos, o Governo do Piauí desenvolveu em abril deste ano o projeto "Ei Mermã! Não se Cale", que é um canal de denúncias que funciona 24 horas no WhatsApp, e que já recebeu mais de 3 mil mensagens.

O número 0800-000-1673 pode ser discado para os mais diversos tipos de violência cometidos contra mulheres.

Estudante agredida pelo namorado em maio

A jovem Victória Aparecida Soares Batista, de 23 anos, denunciou a agressão que sofreu no dia 10 de maio. Segundo ela, o autor foi o namorado dela, Matheus Vitor da Silva Alencar, filho de um delegado da Polícia Civil do Piauí. Essa foi a segunda vez que ela denunciou o namorado por agressões.

As outras agressões ocorreram nos meses de março e abril. O agressor segue preso em Teresina e a defesa informou que não iria se manifestar sobre o caso.