Antes de morrer, garoto revelou autor de espancamento; família crê em mais envolvidos

14/01/2023 09h44


Fonte cidadeverde.com

Imagem: ReproduçãoClique para ampliarPedro Henrique Ferreira da Silva, 12 anos(Imagem:Reprodução)Pedro Henrique Ferreira da Silva, 12 anos

A motivação das agressões que resultaram na morte do garoto Pedro Henrique Ferreira da Silva, 12 anos, ainda é desconhecida. Familiares e pessoas próximas à criança já foram ouvidos no inquérito policial que apura as circunstâncias do crime. A suspeita é que ele foi vítima de espancamento ao sair de casa para brincar na zona Rural de Miguel Alves, no interior do Piauí. Antes de morrer, ainda internado, ele teria indicado o nome de um dos autores.O Cidadeverde.com conversou com familiares do menino que acreditam que existe mais de um suspeito. Ele teria tido o joelho quebrado em duas partes e fratura em oito costelas. 

Ele morreu na última terça-feira (10) em um hospital da cidade de Caxias-MA após ser internado com dores na região do tórax.

"Ele queixava-se de dor, mas desconversava quando perguntado o que teria acontecido. Tendo em vista o agravamento do seu estado de saúde, foi questionado mais uma vez por familiares e indicou. Isso ajudou muito a Polícia Civil, a descobrir o que de fato teria acontecido", disse o delegado Célio Benício, da Gerência de Polícia do Interior (GPI). 

A Polícia Civil do Piauí aguarda o resultado de laudos que atestam a causa da morte do garoto. Segundo o delegado, a Polícia Civil do Maranhão também foi acionada. 

"Entramos em contato com os hospitais de Coelho Neto e Caxias, ambos no Maranhão, e solicitamos o prontuário. Pedimos também o auxílio da Polícia Civil do Maranhão para que o delegado viabilizasse a realização do exame cadavérico para que esclareça o tipo de lesão ou o que levou à morte desse garoto", esclarece Benício.

De acordo com a Polícia Civil já há uma linha de investigação clara, mas ainda é mantida em sigilo. Além de menores de idade é considerada a participação de adultos na situação que acabou resultando na morte do garoto. 

"Várias pessoas foram ouvidas, familiares do Pedro Henrique, jovens que estariam com ele foram identificados. O que se pode falar no momento é que já temos uma linha clara de investigação e que vamos esclarecer, o mais rápido possível, o que de fato aconteceu. No prazo da lei tudo será esclarecido pela Polícia Civil de Miguel Alves", finaliza Célio Benício. 

Família crê em mais de um suspeito 

O Cidadeverde.com conseguiu conversar com familiares de Pedro Henrique e apurou que o nome revelado pelo garoto seria de um colega que tem aproximadamente a mesma idade e estudava na mesma escola. Esse adolescente, inclusive,teria confirmado à família da vítima que quebrou o joelho de Pedro em duas partes. 

"Era comum o Pedro ir brincar com ele. Jogavam bola à tarde e voltavam juntos. No dia em que houve o espancamento, eles tinham ido brincar do pega e por volta de 18h30, o Pedro disse que queria voltar, mas ele disse que não e teria dado uma pesada no joelho do Pedro. Foi isso que ele mesmo [amigo apontado por Pedro] contou pra gente", disse Raimundo Nonato Pinheiro, padrasto da vítima. 

O real motivo das agressões ainda é desconhecido. Pela gravidade das lesões, familiares acreditam que não somente o adolescente apontado por Pedro tenha participado do espancamento. A família desconhece também como Pedro conseguiu chegar em casa após ter sido lesionado no joelho. 

Várias lesões e versões desencontradas

Pedro foi agredido na segunda-feira (02), mas só veio a óbito no último dia (10). Nesse período foram idas e vindas a hospitais nas cidades de Coelho Neto e Caxias, ambos no Maranhão, e informações desencontradas sobre o estado de saúde. 

"Ele foi agredido no início da semana e não contou nada. Só falou uns quatro dias depois quando não aguentava mais de dor. Reclamou de dor do joelho, levamos para Coelho Neto e informaram que era só uma torção. Voltamos pra casa e ele ainda com muitas dores. Um novo raio-X deu que ele tinha quebrado o joelho em duas partes", contou o padrasto. 

"Ele voltou pra casa novamente e depois reclamou de dores no tórax e falta de ar. Retornamos pro hospital e já foi transferido para Caxias. Depois disseram que ele tinha quebrado duas costelas e depois outro raio-X mostrou oito costelas. Foi isso que contaram pra gente, mas não deram os exames. No atestado de óbito diz que ele levou uma pancada na região do tórax, que machucou o pulmão e isso que causou a morte", completa Raimundo Nonato

Criança alegre

Familiares ainda tentam entender o motivo da morte de Pedro Henrique e o que de fato ocorreu. O garoto é lembrado como um menino alegre.

"Ele era um bom filho e estamos muito abalados, sem entender por que fizeram isso com ele. Todo mundo abalado, a família, o assentamento e a cidade. A Justiça tem que ser feita e os responsáveis punidos por essa criminalidade. Estamos cobrando por Justiça para punir quem fez isso", desabafou o padrasto ao Cidadeverde.com.