Óleo que atinge praias do NE é altamente cancerígeno

26/10/2019 07h10


Fonte G1

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarÓleo que atinge praias do NE é altamente cancerígeno.(Imagem:Divulgação)

Três compostos voláteis do petróleo são extremamente perigosos para a saúde a longo prazo, alerta especialista em recuperação de áreas atingidas por petróleo. Além de alto potencial cancerígeno, a exposição ao benzeno, tolueno e xileno pode provocar doenças no sistema nervoso central.

Listada pelo Instituto Nacional do Cancer (Inca) como uma substância altamente perigosa, o benzeno é responsável por provocar anemia e aumenta as chances de infecções e de desenvolvimento de cânceres sanguíneos como a leucemia.

O professor Ícaro Moreira, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), disse nessa quinta (24), que estas substâncias, presentes também na gasolina – um dos derivados do petróleo – podem provocar náuseas e dores de cabeça após a inalação.

"O cheiro é um alerta. Se há cheiro de combustível, é sinal de que não está protegido para lidar com este composto tóxico"
, disse Ícaro Moreira, especialista na recuperação de áreas costeiras.

Moreira listou quais os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são necessários para a manipulação e coleta do óleo que atinge o litoral nordestino desde o final de agosto. Já foram mais de mil toneladas recolhidas por voluntários, agentes e membros das Forças Armadas.

EPI para coleta de óleo nas praias:

Luvas de látex, Máscaras de gás, Botas, Óculos de proteção, Calça comprida.

Para este especialista, as luvas utilizadas no contato direto com os resíduos devem ser de látex e não podem ser do tipo "cirúrgica", que em contato com o óleo aquecido pode se romper.

A máscara de gás, ressaltou, não é a mesma para procedimentos clínicos e serve para filtrar as substâncias tóxicas vaporizadas pelo óleo. Óculos, botas e calças devem proteger a pele do contato com micropartículas do petróleo dissolvidas na água.

O especialista ressaltou os riscos para quando partículas de óleo se soltam da mancha e são diluídas na água. Ele explicou que a forma microscópica dessa substância é a mais tóxica e pode ser absorvida pela pele.

"Se a pele absorver, o óleo vai causar dermatite. Pode até entrar na corrente sanguínea e provocar uma série de consequências. É aí também que os peixes e crustáceos podem se contaminar."

Inalar os elementos que estão no ar pela evaporação desse óleo também é perigoso, explica o toxicologista Anthony Wong, diretor do Centro de Assistência Toxicológica da Universidade de São Paulo (USP).

“Pode causar tosse, irritação e asma, além da pneumotite química, que é a inflamação dos pulmões e a principal consequência da inalação desse óleo”
, disse Anthony Wong.


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